Dados do Trabalho


TÍTULO

SINOVIOSSARCOMA SUBMANDIBULAR EM CRIANÇA – RELATO DE CASO.

INTRODUÇÃO

Os sinoviossarcomas representam raras neoplasias malignas de origem mesenquimal e constituem cerca de 5-10% dos sarcomas de partes moles. São mais frequentes em adultos jovens com idade compreendida entre 15-35 anos, com maior proporção no sexo masculino e apresentam-se mais comumente em regiões de extremidades, com relação estreita com tendões, bainhas tendíneas e bursas. Eles podem ser classificados em bifásicos ou monofásicos baseado na presença de um componente celular epitelial junto as células tumorais fusiformes. O tipo monofásico é o mais comum. Aproximadamente, 90% dos sinoviossarcomas apresentam uma translocação entre o cromossomo 18 e o cromossomo X, t(X; 18). Sua ocorrência na cabeça e pescoço é rara e compreende cerca de 2,5-3,5% dos sarcomas dessa região. Acredita-se que esses possuem uma maior capacidade de disseminação metastática quando situados nessa topografia. O tratamento mais comum é a exérese cirúrgica, seguida ou não de quimioterapia e radioterapia, de um modo geral, a abordagem multimodal tem demonstrado bons resultados.

RELATO DE CASO

Paciente de 10 anos, sexo feminino, com história de aumento de volume em assoalho anterior de cavidade oral há cerca de 6 meses. Foi submetida a duas ressecções sem margens devido a suspeita de rânula por cirurgião bucomaxilofacial: A primeira na época do aparecimento e que, três meses após, recidivou retornando ao volume original sendo submetida a nova abordagem cirúrgica. A biópsia do primeiro procedimento cirúrgico não se encontrava disponível para análise. Solicitada imunohistoquímica da segunda peça cirúrgica que concluiu o diagnóstico como sinoviossarcoma. No momento da consulta com cirurgião de cabeça e pescoço, apresentava lesão em assoalho antero-lateral direito junto ao ramo horizontal da mandíbula, móvel, de cerca de 3 cm, sem linfonodomegalias palpáveis. A Tomografia Computadorizada e a Tomografia por Emissão de Pósitrons (PET-CT) mostravam lesão isodensa captante (SUV 8) de 3 x 2 x 1,7 cm na mesma topografia. Encaminhada para avaliação pela Oncologia pediátrica – indicada neoadjuvância com quimioterapia. A mesma encontra-se no aguardo para início da linha de tratamento.

DISCUSSÃO

O tratamento dos sarcomas de partes moles se dá principalmente através da ressecção cirúrgica com amplas margens livres de doença. A adjuvância deve ser discutida mas sua utilização se dá na maioria dos casos. Nesta paciente devemos entender que foi submetida a 2 ressecções prévias sem margens adequadas, onde houve recidiva em curto período de tempo. Nesta nova abordagem multidisciplinar, a neoadjuvância tem o papel na tentativa de regressão do volume tumoral e posterior abordagem com tratamento cirúrgico menos agressivo para uma criança de 10 anos.

Área

CIRURGIA CABEÇA E PESCOÇO

Instituições

CENTRO UNIVERSITÁRIO TIRADENTES - Alagoas - Brasil

Autores

CARLA MARIANA XAVIER FERREIRA, Artur Belo Azevedo, Ana Carolina Pastl Pontes, Reginaldo Melo Filho, Maria Carolina Santos Malafaia Ferreira, Claubiano Cipriano Mouro, Anna Karoline Rocha de Souza, Igor de Lima Ribeiro