TÍTULO

RUPTURA DE TIREOIDE APOS TRAUMA CONTUSO DO PESCOÇO: CASO RARO.

INTRODUÇÃO

O trauma contuso de pescoço está associado a condições como lesões de esôfago, laringe, traqueia, artérias carótidas e à ruptura de tireoide. Lesões de partes moles são relativamente comuns, mas a ruptura traumática da glândula tireoide é muito rara, com poucos casos relatados na literatura, sobretudo quando a glândula é previamente normal. Dor cervical sem edema pode ser o único sintoma imediatamente após o trauma. A principal complicação dessa condição é a compressão de via aérea devido a sangramentos e formação de hematomas, provocando dificuldade respiratória.

RELATO DE CASO

MSS, sexo feminino, 17 anos, com história de trauma cervical após queda de bicicleta. Evoluiu com edema cervical, disfonia e dor importantes. Procurou serviço de emergência onde o primeiro atendimento foi realizado por cirurgião-geral. Submetida a tomografia cervical onde foi possível visualizar a ruptura entre istmo e lobo esquerdo da glândula tireoide. Internada para tratamento clínico. Durante internamento submetida a videolaringoscopia (exame sem alterações no terceiro dia pós-trauma). Após o quinto dia de internação hospitalar teve alta com melhora do edema e disfonia. Segue ambulatorialmente com controle de função tireoideana (sem sinais de hipotireoidismo tardio).

DISCUSSÃO

Apenas alguns casos isolados de ruptura da tireoide causada por trauma cervical sem corte foram relatados em pacientes com glândulas tireóideas normais. Quando há suspeita, exames de imagem como ultrassonografia e tomografia computadorizada são utilizados para confirmar o diagnóstico e determinar o melhor tratamento. Na evidência de um hematoma, a intervenção cirúrgica pode ser necessária. Para casos não complicados, recomenda-se tratamento e monitoração conservadores tanto do hematoma como da função do órgão.