Dados do Trabalho


TÍTULO

MELANOMA METASTATICO EM GLANDULA PAROTIDA - TUMOR PRIMARIO OCULTO

INTRODUÇÃO

O melanoma com tumor primário oculto é definido como melanoma confirmado histologicamente em local secundário, como linfonodos ou órgão visceral, sem história ou evidência de sítio primário. Cerca de 15-25% dos melanomas cutâneos primários ocorrem na cabeça e no pescoço, sendo mais agressivos e com piores prognósticos. Raramente, o melanoma é diagnosticado no parênquima parotídeo ou linfonodos parotídeos sem um local primário identificável. Isso pode resultar de melanoma cutâneo regredido com metástases parótidas ou de um melanoma parotídeo primário. Serão relatados dois casos de melanoma em parótida com tumor primário oculto.

RELATO DE CASO

CASO 1 - A.R., masculino, 42 anos, com lesão nodular em topografia da glândula parótida esquerda. Foi realizada tomografia computadorizada (CT) com contraste que apresentou imagem nodular densa, de limites definidos, em lobo superficial da glândula parótida esquerda. A punção aspirativa por agulha fina resultou em carcinoma epidermoide moderadamente diferenciado. Exames de rastreamento para o tumor primário negativos. A Tomografia por emissão de pósitrons (PET/CT) evidenciou formação nodular na região pré-auricular superficial da parótida esquerda. Realizada uma parotidectomia superficial esquerda com conservação do nervo facial associada a esvaziamento cervical a ipsilateral. Os exames anátomo-patológico (AP) e imuno-histoquímico (IHQ) confirmaram a presença de melanoma maligno em parótida e nos linfonodos cervicais. Não foi identificado tumor primário cutâneo ou mucoso para o melanoma. CASO 2- J.M.S., masculino, 19 anos, com tumoração em parótida esquerda. CT de pescoço evidenciou lesão com captação de contraste em corpo e polo inferior da glândula de cerca de 2 x 3 cm. Punção aspirativa por agulha fina compatível com adenoma pleomórfico. A parotidectomia superficial esquerda indicada e realizada. AP e IHQ confirmaram metástase de melanoma maligno. História de ressecção de nevus melanocítico em região frontal há 3 anos, com diagnóstico AP e IHQ de nevus melanocítico intradérmico. PET-CT negativo para tumor viável após procedimento cirúrgico; não diagnosticado tumor primário.

DISCUSSÃO

A maioria dos casos de melanoma de parótida com sítio primário desconhecido ocorrem no sexo masculino acima de 56 anos, o que evidencia acometimento precoce dos casos relatados. A IHQ e AP são determinantes na delineação da linhagem do tumor, porém a diferenciação entre metástases e tumor primário pode não ser feita. A cirurgia pode ser curativa nesses casos, porém deve ser feito acompanhamento para análise de recidivas, associando ao tratamento a radioterapia, quimioterapia e/ou imunoterapia. A sobrevida global é semelhante para pacientes com melanoma de parótida apresentando um sítio primário desconhecido ou conhecido.

Área

CIRURGIA CABEÇA E PESCOÇO

Instituições

CENTRO UNIVERSITÁRIO TIRADES - Alagoas - Brasil

Autores

CARLA MARIANA XAVIER Ferreira, Ana Carolina Pastl Pontes, ANA MIELE PEREIRA Melo, Brenda Aguiar Melo, Fernando Guilherme Guimarães Fluhr, Marcella de Albuquerque Wanderley, Luciana Patricio Tavares Benevides, Juliana Amorim Matos