Dados do Trabalho
TÍTULO
PERITONIECTOMIA EM CARCINOMATOSE PERITONEAL POR RECIDIVA DE CANCER COLORRETAL:RELATO DE CASO
INTRODUÇÃO
A neoplasia colorretal é a terceira mais freqüente no mundo, sendo a quarta causa mais freqüente de mortalidade associada a câncer, possuindo como principais fatores de risco o consumo excessivo de bebidas alcoólicas, a ingestão de gordura animal, o tabagismo e a falta de exercícios físicos. Estima-se que 40% dos pacientes com câncer colorretal (CCR) evoluem com carcinomatose peritoneal (CP), segundo sítio mais comum de doenças metastáticas, podendo ocorrer por: implantação direta, como implantação espontânea de tumores T4 invadindo serosa e peritônio visceral; extravasamento de células tumorais por perfuração de tumor obstrutivo; perfuração iatrogênica do tumor no ato cirúrgico ou vazamento de células tumorais pela transecção de veia e linfáticos na cirurgia. O diagnóstico é feito, principalmente, pela tomografia, podendo ser feito também por RNM, PET – scan, laparotomia ou laparoscopia.
RELATO DE CASO
Em Julho de 2015, a paciente havia realizado: omentectomia parcial e retossigmoidectomia VLP, com anastomose colon-retal duplo-grampeada e quimioterapia (QT) com FLOX devido a um CCR, classificado em pT3pN2. Após um ano, a paciente apresentou queixa de dor em abdome inferior, realizando tratamento com ciprofloxacino. Na US abdominal, mostrou: útero miomatoso; nódulos sólidos em abdome inferior, com lesão sólida entre útero e reto; presença de líquido livre no espaço retovesical. Assim, foi levantada a hipótese de recidiva pélvica. Então, foi realizada uma retossigmoidoscopia, detectando a recidiva, com tumor estenosante em descendente distal e histopatológico de adenocarcinoma moderadamente diferenciado. Na RNM, evidenciaram-se: alterações morfológicas uterinas, correspondendo a prováveis leiomiomas; espessamento parietal colônico distal de forma difusa e inespecífica; coleção líquida de paredes espessadas, com áreas de realce nodular no recesso peritoneal suprapúbico. O aspecto foi sugestivo de implantes peritoneais secundários. Em junho de 2018, traz US com esteatose hepática; hidronefrose moderada a esquerda, estendendo-se até terço distal de ureter, sem fator obstrutivo. Dessa forma, a paciente foi internada e submetida a: Colectomia esquerda + histerectomia + omentectomia + esplenectomia + peritoniectomia + metastectomia hepática+ drenagem de tórax à direita + reimplante ureteral esquerdo. Atualmente, a paciente segue estável e em acompanhamento com a oncologia clínica.
DISCUSSÃO
Vê-se, então, que a incidência de carcinomatose peritoneal é mais alta na recidiva de CCR. Os avanços nos tratamentos estão aumentando a perspectiva de cura e diminuição da morbimortalidade. Atualmente, a cirurgia citorredutora e QT intraperitoneal hipertérmica vem apresentando bons resultados se comparados com o tratamento prescrito para a paciente do caso (cirurgia citorredutora + QT sistêmica). A peritoniectomia ainda não é tratamento acordado entre os especialistas, devendo ter sua indicação individualizada, dependendo do caso.
Área
COLOPROCTOLOGIA
Instituições
Universidade Federal do Ceara - Ceará - Brasil
Autores
Thiago Costa Maia, Lessandra Muniz Diogenes Lemos, Ana Elisa Biesek Leite, Eugenio Alves Rolim, Isabele Maria Jorge Freitas, Annya Costa Araujo Macedo Goes, Marcelo Leite Vieira Costa, Rodrigo Dornfeld Escalante