Dados do Trabalho
TÍTULO
COLECISTITE AGUDA ENFISEMATOSA: ANALISE RETROSPECTIVA DE UM HOSPITAL ESCOLA DE ASSISTENCIA TERCIARIA
OBJETIVO
A colecistite enfisematosa (CE) é uma entidade rara e grave, de prognóstico pior comparado à colecistite aguda habitual. Classicamente, indivíduos do sexo masculino, idosos e com DM compões grupo de risco para infecções por germes anaeróbios e consequente processo enfisematoso. O tratamento agressivo com remoção do foco infeccioso deve ser instituído precocemente. A literatura especializada registra o tratamento por via convencional e é composta predominantemente por relatos de casos. Objetivamos analisar uma serie de casos de CE atendidos no HSPE/IAMSPE, avaliando perfil epidemiológico, conduta, evolução e fatores associados ao prognóstico.
MÉTODO
Realizado um levantamento retrospectivo dos prontuários de pacientes admitidos com diagnósitco de CE no HSPE/IAMSPE entre os anos de 2013 a 2018. Foram identificados e analisados os dados epidemiológicos, evolução, além de gravidade na admissão, tempo de evolução, conduta aplicada e evolução clínica, bem como desfecho. Morbidade pós-operatória e procedimentos auxiliares também forma identificados e discriminados.
RESULTADOS
10 pacientes foram identificados após levantamento de prontuários no período discriminados – 2 do sexo feminino e 8 do sexo masculino. A idade média foi de 64,7 anos. Todos os pacientes apresentavam comorbidades sistêmicas crônicas, sendo o Diabetes Mellitus (DM) a mais prevalente (70% casos), seguido por Hipertensão Arterial Sistêmica (50%). Tomografia Computadorizada foi realizada na admissão de todos os pacientes e, destes, 3 apresentavam aerobilia na ocasião. Metade dos pacientes apresentavam classificação de gravidade Tokyo 3 na admissão, enquanto a outra metade Tokyo 2 – 80% dos pacientes Tokyo 3 eram diabéticos, e 75% dos pacientes com aerobilia eram Tokyo 3. O tempo médio de evolução clínica pré-admissão foi de 2,9 dias (2-5 dias). Todos os pacientes foram submetidos a tratamento cirúrgico, 9 por videolaparoscopia e 1 por laparotomia, em virtude de hérnia incisional volumosa. No intraoperatório, 2 pacientes com abscesso hepático concomitante foram drenados no mesmo procedimento. Três pacientes apresentaram complicações pós operatórias Clavien-Dindo > 2: uma coledocolitíase residual, tratada por CPRE; uma trombose de veia porta, tratada clinicamente; uma disfunção respiratória e cardiovascular refratárias a medidas de suporte intensivo (único óbito desta amostra). O tempo de internação hospitalar variou de 4 a 13 dias, com média de 7,6 dias.
CONCLUSÕES
: A técnica laparoscópica se mostrou segura e eficaz enquanto opção terapêutica. A mortalidade de 10% encontrada nessa casuística é condicente com a descrita na literatura (~15%), sendo significativamente maior que a encontrada nas colecistites em geral (<1%).
Área
URGÊNCIAS NÃO TRAUMÁTICAS
Instituições
Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo - São Paulo - Brasil
Autores
Geraldo Camilo Neto, Marjorie Orquisa Carlos, Raissa Malheiros Wolff, Francisco Pimenta Marques, Rebecca Marian Samaan, Jose Francisco de Mattos Farah