Dados do Trabalho
TÍTULO
O IMPACTO DA FRAGILIDADE DO IDOSO NA EVOLUÇÃO PÓS-OPERATÓRIA DE PACIENTES COM CÂNCER GÁSTRICO
OBJETIVO
Considerando o envelhecimento da população como fator de risco para o desenvolvimento de neoplasias e que as mudanças fisiológicas refletem na resposta do indivíduo aos tratamentos propostos, este estudo tem como finalidade avaliar o impacto da fragilidade do idoso na evolução pós-operatória de pacientes com câncer gástrico.
MÉTODO
Foi realizado estudo prospectivo com quinze pacientes idosos com neoplasia gástrica, acompanhados no Ambulatório de neoplasias do trato gastrointestinal superior no Hospital de Clínicas da Unicamp, submetidos a gastrectomia total ou subtotal com proposta terapêutica. Foi realizada no pré-operatório a aplicação do CHS para categorização dos idosos nos grupos de frágeis, não frágeis e pré-frágeis. No pós-operatório, foi avaliado a evolução e complicações a curto prazo – como tempo de internação, tempo de realimentação, dias de internação em unidade de terapia intensiva, complicações e reoperação. A médio prazo foi avaliado o seguimento oncológico do doente, o retorno às atividades da vida cotidiana, reganho de peso e capacidade de alimentação funcional. A longo prazo, cerca de trinta e seis meses, foi reaplicado o teste de fragilidade do idoso proposto pelo CHS, para recategorização dos doentes do presente estudo. Foi ainda avaliado o desfecho dos doentes e as complicações a longo prazo.
RESULTADOS
Obteve-se grupo similar entre os frágeis, não frágeis e pré-frágeis, e foi observado que a curto e médio prazo que não houve grande diferença na evolução pós-operatória entre eles independente do grupo, os pacientes tiveram em média o mesmo tempo de internação, tempo de realimentação, dias de internação em unidade de terapia intensiva. Entretanto, a longo prazo notou-se que o estadiamento inicial da lesão foi o principal fator determinante na evolução e no desfecho do paciente. Os pacientes que foram operados com lesões em estadiamento iniciais, mesmo com pontuação que os fizessem ser categorizados como frágeis ou pré-frágeis, tiveram uma evolução satisfatória, com bom retorno às atividades e ganho nutricional Os pacientes já com neoplasia avançada (estádio III e IV), mesmo quando pertencentes ao grupo dos não frágeis, evoluíram desfavoravelmente, com óbito precocemente (cinco a seis meses) ou tardiamente (aproximadamente vinte e três meses).
CONCLUSÕES
Observou-se que no pós-operatório de curto e médio prazo, independente do estado de fragilidade, quando os doentes são bem selecionados e conduzidos segundo protocolos bem definidos, há uma tendência a igualar os grupos, obtendo-se bons resultados e adequada recuperação pós-operatória, minimizando o impacto que o estresse cirúrgico causaria nessa população, sobretudo no grupo já considerado fragilizado. Porém, a longo prazo, nota-se que o fator agressividade da doença e estadiamento são determinantes na evolução dos pacientes, tornando muito próximos os resultados obtidos entre o grupo de doentes não frágeis e pré-frágeis. Há uma tendência desfavorável na evolução a longo prazo dos pacientes fragilizados.
Área
ESTÔMAGO E DUODENO
Instituições
Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas - São Paulo - Brasil
Autores
Paula Veri Guimarães, Luiz Roberto Lopes