TÍTULO

RECONSTRUÇAO DE LABIO SUPERIOR APOS DIAGNOSTICO DE CARCINOMA ESPINOCELULAR: RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

O carcinoma espinocelular (CEC) é um tipo de câncer cuja etiologia está relacionada a fatores como exposição ao sol, etilismo e tabagismo e tem maior prevalência em indivíduos do sexo masculino. Atinge os lábios em 20 a 30% dos casos, sendo o lábio inferior o local de maior ocorrência. O CEC é uma neoplasia maligna agressiva e invasora com capacidade de metastatizar se não for diagnosticado e tratado precoce e radicalmente. A exérese é considerada a primeira linha de tratamento, no entanto representa um desafio para o cirurgião ao considerar a região labial de grande importância estética e funcional. Na literatura médica há descrições de inúmeras técnicas para a reconstrução dessa nobre região da face. Os objetivos do presente estudo são: apresentar o uso do retalho de Karapandzic na reconstrução do lábio superior após uma cirurgia de retirada de um CEC e elencar as vantagens da técnica de escolha.

RELATO DE CASO

Paciente do sexo feminino, branca, 75 anos foi submetida a exérese de lesão ulcerada em lábio superior com comprometimento do tecido subcutâneo e musculatura há 5 meses no Hospital do Câncer do Mato Grosso (Cuiabá-MT). O exame antomopatológico da biópsia da lesão de lábio superior apontou CEC.
Quanto ao planejamento cirúrgico foi realizada remoção total das lesões e reconstrução do lábio superior utilizando o retalho de Karapandzic invertido.

DISCUSSÃO

Das neoplasias labiais, o lábio inferior é o sitio mais acometido em 95% dos pelo CEC devido a área ser mais exposta à radiação ultravioleta.Já o presente estudo apresenta a ocorrência de CEC em lábio superior.
Cerci 2017., aponta que feridas cirúrgicas nos lábios superiores constituem um desafio para o cirurgião. Uma reconstrução ideal deve manter a simetria do arco do cupido, filtrum, triângulos apicais, sulco nasogeniano e margem livre do lábio, camuflar as incisões entre as subunidades anatômicas e preservar a cor e textura. Sendo assim, optou-se pela utilização do retalho de Karapandzic.
Descrita em 1974, tal técnica configura-se como opção para reconstrução de grandes defeitos labiais e baseia-se na preservação anatômica dos pedículos vásculo-nervosos faciais o que mantem a irrigação e funcionalidade do lábio. Apresenta como vantagens de ser um método cirúrgico em tempo único e de preservação da mobilidade e sensibilidade do lábio. A literatura aponta como desvantagens do retalho o encurtamento labial, o apagamento das comissuras e a microstomia.
A maioria dos estudos descrevem a utilização do retalho de Karapandzic na reconstrução do lábio inferior. O presente caso utilizou tal retalho no lábio superior corroborando com Stocco et al. 2013, que ressaltou a aplicação do retalho em sua forma invertida na reconstrução do lábio superior. No presente estudo, houve conservação da mobilidade do lábio superior.
Portanto, a escolha da técnica de reconstrução labial visa a cura da lesão, restauração da função e mais próximo do natural.