Dados do Trabalho


TÍTULO

O USO DO RETALHO FRONTAL PARAMEDIANO NA RECONSTRUÇÃO DE DEFEITOS NASAIS.

INTRODUÇÃO

O nariz oferece inúmeros desafios ao cirurgião plástico para sua reconstrução. O carcinoma basocelular (CBC) constitui o tipo mais prevalente, comprometendo, frequentemente, as subunidades nasais mais fotoexpostas, a exemplo da asa e do dorso. As lesões que comprometem a asa apresentam diversas possibilidades para sua reconstrução. O retalho frontal paramediano promove uma adequada reconstrução de defeitos extensos na parte distal do nariz.

RELATO DE CASO

Paciente, sexo masculino, 53 anos, leucodermo, apresentou lesão ulcerada, com bordas irregulares e infiltrativas em asa nasal esquerda. Realizou-se a marcação intraoperatória da área a ser ressecada com verde brilhante, respeitando-se as margens de segurança, seguida de infiltração de xylocaína a 2% com vasoconstrictor. Ressecou-se a lesão tumoral em plano total até a visualização da cartilagem alar que não se encontrava comprometida. A biópsia de congelação evidenciou ressecção tumoral completa. Efetuou-se o desenho do retalho frontal paramediano contralateral, baseado em uma única artéria supratroclear, o que permitiu que sua base fosse mais estreita e seu comprimento maior. Adotou-se uma compressa de gaze para mensurar o comprimento do retalho e verificar o arco de rotação requerido para alcançar o defeito. O descolamento do retalho ocorreu em plano subperiostal e o fechamento da área doadora foi efetuado de forma primária. Realizou-se sutura contínua, do tipo chuleio festonado, nas bordas do retalho, objetivando minimizar o sangramento. O retalho foi acomodado no leito receptor através de sutura hemi-donatti.
Enquanto aguardava o período para realizar a re-abordagem operatória para secção do pedículo, o paciente efetuou trocas diárias de curativo com compressa de gaze impregnada com petrolatum, o que possibilitou a preservação e hidratação do pedículo, bem como a saída de secreções para o curativo secundário.
A re-intervenção para a liberação do pedículo do retalho ocorreu quatro semanas após sua transferência para o leito receptor.
Os retornos do paciente ocorreram semanalmente, mensalmente e, finalmente, anuais. O paciente evoluiu com resultado estético satisfatório e não houve qualquer intercorrência.

DISCUSSÃO

O nariz frequentemente é comprometido por diversos tipos de cânceres de pele. A asa constitui uma estrutura essencial na manutenção da estética nasal e, por isso, diversas técnicas de reconstrução foram desenvolvidas.
O retalho frontal paramediano desponta frente à reconstrução desta estrutura por possibilitar o refinamento da porção distal do retalho já na primeira intervenção. A confecção de um retalho de pedículo contralateral é uma opção, quando do comprometimento unilateral de asa nasal, pois minimiza a rotação excessiva do pedículo e evita a obstrução do campo visual.
No reparo dos defeitos superiores a dois centímetros, este retalho constitui excelente opção com resultados cosméticos e funcionais adequados por utilizar tecido de igual textura, espessura e cor.

Área

CIRURGIA PLÁSTICA (Inclusive neoplasias malignas de pele)

Instituições

Centro Universitário Tiradentes - Alagoas - Brasil

Autores

Victor Machado Guimarães Santos, Alyne Suellen Silva Pedrosa, Eduarda Cavalcante Santana, Lorena Barros dos Santos Mariz Costa, Willian de Oliveira Neri, Felipe Camilo Santiago Veloso, Antônio Carlos Barros Lima Junior, Anna Cristina de Freitas Coelho Barros Lima