Dados do Trabalho
TÍTULO
AMPUTAÇOES: AVALIAÇAO EPIDEMIOLOGICA PELA CIRURGIA VASCULAR DE UM HOSPITAL UNIVERSITARIO
OBJETIVO
Compreender o perfil das cirurgias de amputação executadas pela cirurgia vascular do HC-UFTM, elucidando as características dos pacientes, dos procedimentos e das evoluções no pós-operatório; para enfim, correlacionar esses fatores.
MÉTODO
Revisamos os prontuários dos pacientes que sofreram amputações pela equipe de cirurgia vascular do HC-UFTM entre agosto de 2016 a agosto de 2018. Padronizamos como um procedimento cada vez que o paciente era levado para o bloco cirúrgico ou cada evento traumático sofrido pelo paciente, independente de quantas amputações ocorreram no mesmo episódio. Coletamos as seguintes informações: idade, sexo, tipo de amputação, o nível da amputação, a etiologia da amputação, comorbidades e complicações prévias. Por fim, consideramos ainda se houve óbito durante o período de internação em que ocorreu o procedimento cirúrgico de amputação. Após a coleta dos dados, procedemos com a análise bioestatística das informações usando o programa GraphPad Prism 7.0 e considerando p<0,05.
RESULTADOS
Foram encontrados 123 pacientes, submetidos a 155 procedimentos. Descobriu-se que: a maioria eram homens (69,91%), da cidade de Uberaba (49,59%), com amputações de membro inferior (96,13%), a nível supragenicular (36,13%) e em membro direito (54,84%). As principais etiologias foram obstrutiva, com 86 pacientes (69,91%) e infecciosa, com 71 pacientes (57,72%), com frequente sobreposição. Quanto às comorbidades, encontramos que 89 pacientes eram hipertensos (72,35%), 70 eram diabéticos (56,91%), 57 eram tabagistas (46,34%) e 23 sofriam de dislipidemia (18,70%). Quando comparamos com a população, nossos pacientes apresentam maiores níveis de diabetes (56,91% > 22%) e tabagismo (46,34% > 12,2%). Por fim, descobrimos que houve 25 óbitos (20,32%) durante o período de internação, porém nenhum no intra-operatório. Esses pacientes que tiveram óbito apresentaram uma média de idade maior que o dos pacientes que não faleceram (74,32 contra os 64,60 anos, com p<0,0005) e maior frequência de amputação em nível supragenicular (68% contra 39,79%, com p<0,0213).
CONCLUSÕES
O perfil do trabalho executado pela equipe de cirurgia vascular se difere do alavancado pela literatura para todos os setores responsáveis por procedimentos de amputação. O que mais se denota, é um menor número das amputações por etiologia traumática (4,88% contra 24%, com p<0,0001) e ausência de casos de origem congênita, bem como um maior número por infecções (45,8% contra 5%, com p<0,0001) (CASSEFO ET AL, 2003). Quanto aos fatores de risco para amputação, observamos maiores índices de diabetes e tabagismo nos nossos pacientes que na população. Porém, para mortalidade na internação em que ocorreu a amputação, vimos que a maior idade e nível de amputação foram os fatores mais influentes. Constatamos também, que em média, 1 a cada 5 pacientes (20,32%) que sofrem amputação morrem na mesma internação, conhecimento ainda pouco explicitado na literatura, que geralmente traz esse dado cronologicamente (STERN ET AL, 2017).
Área
CIRURGIA VASCULAR
Instituições
Universidade Federal do Triângulo Mineiro - Minas Gerais - Brasil
Autores
Vinícius Henrique Almeida Guimarães, Guilherme Café Soares Benfatti, Cássia Ducatti de Almeida, Guilherme Martins Fernandes, Daniel Pires Vaz, Frederico Vilarinho Bernardes, Anderson Lubito Simoni