Dados do Trabalho


TÍTULO

BANDA GASTRICA AJUSTAVEL- 17 ANOS DEPOIS

INTRODUÇÃO

A Banda gástrica ajustável (BGA) é uma técnica operatória restritiva utilizada para perda de peso em pacientes obesos. O princípio é auxiliar na redução do consumo alimentar, restringindo a ingestão de alimentos e conferindo sensação de saciedade precoce. É obtida por meio da fixação de cinta inflável ao redor da parte superior do estômago, transformando-o em “ampulheta” ou “funil”.
​As primeiras bandas gástricas foram introduzidas em 1978 por Lawrence H. Wilkinson e eram compostas por Marlex ou Dacron, sendo substituído por modelos de silicone infláveis que permitiram graduar a passagem do alimento pela banda adequando as necessidades do paciente.
O objetivo do trabalho foi avaliar perda de peso, complicações cirúrgicas e cirurgias revisionais de pacientes submetidos à cirurgia de BGA com seguimento de 7 a 17 anos no intuito de analisar se a técnica continua efetiva e segura para perda de peso a longo prazo.

RELATO DE CASO

Realizado levantamento de 350 pacientes operados pela técnica da BGA entre os anos de 2000 a 2010 em uma clínica particular e avaliados no ano de 2017 com relação à perda ponderal, cirurgias revisionais e tratamento de complicações da BGA. Os dados foram obtidos a partir do prontuário e registro telefônico.
Dos 350 pacientes, 230 eram do sexo feminino e 120 do sexo masculino. A média de peso era de 116 kg e a média do índice de massa corpórea era 41,0, com 25 (7%) pacientes apresentando obesidade grau I, 128 (36%) grau II e 193 (55%) grau III. Foram obtidas informações atualizadas de 91 pacientes, não havendo nenhum óbito decorrente do procedimento. Dos pacientes acompanhados, 29 (31%) realizaram cirurgia revisional e 51 (56%) permaneceram com a BGA até 2017. Entre os pacientes com a BGA, 4 (7,8%) ganharam peso, 10 (19,6%) permaneceram com o mesmo peso e 37 (72,5%) perderam peso. Destes 37 pacientes, 19 (20,8%) atingiram a meta de perda do excesso de peso (PEP) 50%. Dos 350 pacientes operados,9,1% apresentaram complicações nos primeiros 2 anos de seguimento, sendo que 15 (4,2%) apresentaram erosão/migração da banda, 7 (2%) deslizamento, 4 (1,1%) com megaesôfago e 6 (1,7%) pacientes com infecção de portal.​

DISCUSSÃO

Pode-se concluir que o acompanhamento desses pacientes é muito aquém do esperado e os resultados de poucos pacientes atingindo a meta de PEP pode ser resultado disso. A alta taxa de cirurgias revisionais pode traduzir complicações inerentes ao método que apesar de apresentar a menor taxa de mortalidade entre as cirurgias bariátricas, apresenta um crescente número de complicações.

Área

CIRURGIA DA OBESIDADE - METABÓLICA

Instituições

São Leopoldo Mandic - São Paulo - Brasil

Autores

Willy Petrini Souza, Bruno Zilberstein, Bruna Mara Cunha Bacci, Maria Clara Baracat, Renata Alessandra Aleixo, Giovana Bocca Mancini