Dados do Trabalho


TÍTULO

Considerações a Respeito do Autotransplante Esplênico Pós Esplenectomia Total por Trauma – Revisão Literária

OBJETIVO

A esplenectomia total pós trauma resulta em grandes riscos ao paciente, sendo a sepse o maior deles. Uma alternativa terapêutica que vem sendo utilizada é o autotransplante esplênico, a revisão tem por objetivo elucidar sobre os benefícios que essa técnica pode apresentar para pacientes esplenectomizados.

MÉTODO

No mês de fevereiro, foi realizada uma pesquisa nas seguintes bases de dados: PubMed, SciELO. Foi utilizado as seguintes palavras-chave controladas pela Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) através do DeCS (descritores em ciências da saúde): “autotransplante”, “esplenectomia”, onde foram encontrados 105 artigos, dos quais foram selecionados 15. Os artigos incluídos são em inglês e português, de 1994 a 2018.

RESULTADOS

O baço tem funções hematológicas e imunológicas, o que define a sua importância no organismo, a sua retirada pode trazer consequências indesejáveis ao paciente, podendo evoluir até para óbito. Segundo a Associação Americana para Cirurgia de Trauma (AAST), foi estabelecida uma escala de classificação para lesões esplênicas, para diagnosticar o trauma e decidir sobre a conduta mais adequada. Graus I e II podem ser tratados conservadoramente, grau III dependerá da situação de cada paciente e da experiência do cirurgião, pois pode ser usado tanto tratamento conservador quanto cirúrgico, já nos graus IV e V geralmente culminam em cirurgia, seja ela esplenectomias total ou parcial. A ideia de semear tecido esplênico em diferentes locais do abdome se baseia na esplenose, que consiste na implantação natural de segmentos de baço rompido após trauma. O implante autógeno de tecido esplênico tem sido realizado em vários sítios, sendo o grande omento o mais utilizado devido a sua rica vascularização, drenagem pelo sistema porta e alta taxa de depuração bacteriana. O autotransplante de tecido esplênico em bolsas omentais é um procedimento relativamente simples, exigindo não mais do que dez minutos desde a preparação dos fragmentos até a sutura no grande omento. Entretanto, é importante que o paciente esteja hemodinamicamente estável, sem acidose, hipotermia ou coagulopatia, não apresentando lesão grave concomitante. Segundo estudos experimentais, macroscópicos e microscópicos, há confirmação que pacientes após o autotransplante recuperam eficácia morfológica e funcional do tecido esplênico implantado no grande omento. A taxa de complicações é baixa, sendo comparada a taxas de procedimentos cirúrgicos de rotina.

CONCLUSÕES

O autotransplante esplênico representa portanto uma alternativa eficaz para pacientes que sofreram esplenectomias totais, principalmente aqueles vítimas de trauma. Em casos onde as lesões esplênicas não podem ser tratadas conservadoramente ou por outras técnicas cirúrgicas, o cirurgião pode avaliar seu paciente individualmente, decidindo se o autotransplante esplênico deve ser tentado para preservar a função esplênica.

Área

TRAUMA

Instituições

UNICEPLAC - Distrito Federal - Brasil

Autores

MAYZA MARESSA OLIVEIRA, ALBA ALMEIDA RODRIGUES GODOY, ISABELLA PEREIRA MOURA, MARIELI DEOLINDO VIEIRA, BRUNA MARRA SILVA, RENAN LORENZINI, MARIANA THEES PERILLO RODRIGUES, ANA LETÍCIA ARGENTINO BONONI