Dados do Trabalho


TÍTULO

TECNICA YORK MASON PARA CORREÇAO DE FISTULA RETOURETRAL

INTRODUÇÃO

A fístula retouretral é um problema de difícil tratamento causada, em sua maioria, por lesões iatrogênicas que ocorrem durante procedimentos cirúrgicos, como prostatectomia radical. Disúria, cistite recorrente, pneumatúria e fecalúria são sintomas comuns aos casos, assim como distúrbios gastrointestinais como diarreia, dor abdominal e náusea. O diagnóstico é feito pela história clínica, exame físico e, principalmente, métodos radiológicos e endoscópicos, como a citoscopia, essencial para localização correta da fístula. Uma das abordagens cirúrgicas utilizada para correção de fístula retouretral é conhecida como York Mason. O procedimento consiste em: 1- incisão a nível da margem anal se estendendo para o cóccix; 2 - reparo e secção do músculo puborretal e dos esfíncteres anais interno e externo; 3 - secção da parede posterior do reto para expor a parede anterior, que permite identificação da fístula; 4 - separação da parede retal da uretra; 5 - fechamento da uretra com sutura contínua; 6 - correção da lesão do reto; 7 - síntese da parede posterior do reto; 8 - reconstituição do músculo puborretal e dos esfíncteres anais interno e externo.

RELATO DE CASO

MCV, sexo masculino, 61 anos, hipertenso, diagnosticado com neoplasia de próstata, foi submetido a prostatectomia radical videolaparoscópica, apresentando, no pós operatório, laceração em reto baixo a 2 centímetros da borda anal. Durante a internação, apresentou enterorragia, insuficiência renal aguda e anemia por perdas, levando a politransfusão. Desenvolveu também, hematúria após um mês, submetido a cistoscopia, apresentando uma fístula urinária para o reto. Após 7 meses da primeira cirurgia, foi encaminhado para o serviço de proctologia para correção de fístula vesicorretal via perineal (cirurgia de York Mason) e posterior reconstituição do trânsito intestinal.

DISCUSSÃO

A fístula retouretral é uma complicação incomum da prostatectomia radical, existindo, por isso, limitadas evidências científicas acerca das condutas necessárias no caso. Dessa forma, a apresentação clínica do paciente mostrou-se de grande importância no serviço, devido a dificuldade, a complexidade e a pouca quantidade de casos. As possibilidades cirúrgicas para a correção da fístula são via transanal, trasnsabdominal, laterosagrada (Kraske), perineal ou York Mason. No caso descrito, a técnica cirúrgica escolhida pelo serviço foi a de York Mason, a qual exige uma grande preparação de toda a equipe envolvida, visto ser um método mais invasivo, porém que permite melhor visualização da fístula, possibilitando um procedimento mais efetivo.

Área

COLOPROCTOLOGIA

Instituições

UFU - Universidade Federal de Uberlândia - Minas Gerais - Brasil

Autores

Ana Flavia Ferreira Dos Santos, Beatriz Stabile Martins, Monique Arantes Pereira, Pedro Henrique Cerqueira, Renato Hugues Atique Cláudio