Dados do Trabalho
TÍTULO
PREVENÇAO DO CARCINOMA HEPATOCELULAR
OBJETIVO
Carcinoma hepatocelular (CHC) representa mais de 90% das neoplasias malignas primárias do fígado, é a sexta doença maligna mais diagnosticada no mundo e a segunda em mortalidade relacionada ao câncer. Descrever as estratégias de prevenção do CHC.
MÉTODO
Revisão sistemática de literatura dos últimos 15 anos (2004-2019), nas plataformas SciELO e PubMed encontrando-se artigos de revisão publicados em língua portuguesa e inglesa sobre Prevenção do CHC. Foram estabelecidos como critérios de inclusão as palavras em português e inglês “carcinoma hepatocelular”, “fatores de risco” e “prevenção”, e como critérios de exclusão, artigos que não abordavam especificamente sobre a prevenção de CHC.
RESULTADOS
De um total de 253 artigos selecionados, foram excluídos 237 e 16 artigos foram lidos e avaliados no estudo. As principais causas de CHC são cirrose hepática de qualquer etiologia, infecções virais (vírus da hepatite B – VHB e vírus da hepatite C – VHC) ou metabólicas. Outros fatores são a exposição a aflatoxina, esquistossomose, sobrecarga de ferro na dieta, o uso de contraceptivos orais, tabagismo, porfiria, uso de anabolizantes, e a esteato-hepatite não alcoólica (NASH). As formas de prevenção são divididas em primárias, secundárias e terciárias. A primária consiste em evitar que o agente etiológico inicie o processo carcinogênico. Contra a infecção pelo VHB destacam-se a vacinação e incentivo de práticas sexuais seguras, e contra a infecção pelo VHC, utilizam-se “screening” em doadores de sangue, cuidados com seringas contaminadas e uso de equipamentos de proteção individual. Outras medidas são aplicação de fungicidas nas plantações de amendoim, abstinência alcoólica, o uso de metformina em diabéticos e de estatinas nos dislipidêmicos. Atualmente há uma diminuição nos casos relacionados às infecções virais e um notável aumento dos casos relacionados à NASH. A secundária envolve o uso de substâncias que bloqueiem, retardem ou revertam o processo carcinogênico em indivíduos já expostos aos fatores de risco. Usam-se antirretrovirais nos portadores de VHB e VHC, a restauração dos níveis de retinóides e o uso de clorifilina na desintoxicação do organismo por aflatoxina. A terciária combate a necroinflamação induzida pelo vírus. Visa impedir a progressão da hepatite crônica e da cirrose para CHC ou reduzir a recorrência ou nova carcinogênese em fígados que permanecem cirróticos após tratamento radical de CHC. São utilizados os antirretrovirais Tenofovir e Entecavir. Recomenda-se o rastreamento de CHC por meio de ultrassonografia com ou sem alfa-fetoproteína em população com risco de CHC.
CONCLUSÕES
A identificação de fatores de risco, detecção e a prevenção precoce do desenvolvimento do CHC são as estratégias de maior impacto para melhorar o prognóstico dos pacientes. Em resposta aos avanços da terapia anti-viral e tratamento primário das doenças hepáticas observamos um declínio das causas viras e ascensão das alcoólico dependente e NASH.
Área
FÍGADO
Instituições
FACERES - São Paulo - Brasil
Autores
Isabela Daher Anbar, Barbara Maciel, Leticia Lorenzo Silva Hirota, Maria Eduarda Podboy Costa Junqueira, Michele Queiroz Balech, Raphael Raphe