Dados do Trabalho


TÍTULO

HERNIA DIAFRAGMATICA POS GASTROPLASTIA REDUTORA

INTRODUÇÃO

A hérnia diafragmática é definida como uma herniação de estruturas abdominais dentro da cavidade torácica, sendo classificada em congênita ou adquirida. A etiologia das hérnias diafragmáticas adquiridas mais comum é traumática, seguida das lesões iatrogênicas e defeitos espontâneos. Pode apresentar-se imediatamente após a lesão diafragmática ou evoluir durante anos. A hérnia diafragmática iatrogênica pós-operatória é muito rara. O objetivo do presente estudo é relatar um caso de hérnia diafragmática tardia após gastroplastia redutora por videolaparoscopia.

RELATO DE CASO

Paciente do sexo feminino, S.E.N, 43 anos.
Realizou gastroplastia redutora – Bypass Y de Roux, em maio de 2015, sem intercorrências.
Internou em novembro de 2017 por quadro de dor abdominal associado a episódio de vômito. Foi realizada uma tomografia de abdome sendo observado presença de alças intestinais em tórax. Encaminhada para laparotomia exploradora, no inventário da cavidade visualizaram presença de volumosa hérnia diafragmática contendo alças intestinais, estômago excluso e pouch em seu interior. Realizado redução do conteúdo, soltura de aderências e fechamento da brecha diafragmática.
Em novembro de 2018, paciente foi admitida no hospital por quadro de dor abdominal em epigastro. Realizado tomografia de tórax e de abdome sendo observada volumosa hérnia diafragmática, em região de hiato esofágico, com grande conteúdo de alças do intestino delgado e epiploon, além de pouch gástrico.
Realizada hernioplastia diafragmática videolaparoscopica, visualizado grande quantidade alças de delgado em hemitórax esquerdo, abertura em diafragma com saco herniário de 8 centímetros. Fechamento da falha com fio seda 2-0, colocado tela simbotex ® e fixado com seda 2-0. Procedimento sem intercorrências, boa evolução no pós-operatório recebendo alta no 5º dia de pós-operatório em Janeiro/2019.

DISCUSSÃO

O número de hérnias diafragmáticas na sua forma crônica tem aumentado, seu quadro clínico assintomático na ausência de sangramento ou sem lesão de víscera oca, sendo diagnosticadas ocasionalmente num exame radiológico do tórax ou quando ocorrem complicações - obstrução intestinal ou estrangulamento de vísceras ocas herniadas. No caso de hérnias diafragmáticas crônicas (> 2 semanas), a tendência geral é que se aborde a lesão através de toracotomia, pela maior facilidade de redução do conteúdo herniado sob visão direta, além da lise de aderências, prováveis nesta fase.
No caso de hérnias crônicas, a redução também é feita sem muita dificuldade, porém deve-se estar atento para aderências que podem lacerar vísceras ocas ou mesmo a cápsula de órgãos parenquimatosos, acarretando em sangramentos. Raras vezes, principalmente, em hérnias diafragmáticas crônicas há perda de substância ou mesmo atrofia (nas lesões crônicas) da musculatura do diafragma, não sendo possível a sutura primária da lesão, tendo-se, então, que lançar mão de próteses, como Marlex, Dacron ou dura-máter.

Área

CIRURGIA TORÁCICA

Instituições

Unisul - Santa Catarina - Brasil

Autores

Natália Poletto, Marcelo João Losso, Ricardo Reis Nascimento, Thamy Santos, Rayssa Pra Bruss, Michelle Alves Scarduelli, Arthur Conte Kasper