Dados do Trabalho
TÍTULO
RADIOFREQUENCIA E A EVOLUÇAO DO TRATAMENTO DO CARCINOMA HEPATOCELULAR
INTRODUÇÃO
Os tumores malignos primários do fígado correspondem à quinta causa de câncer e à terceira causa de morte por câncer no mundo. O carcinoma hepatocelular (CHC) corresponde a 85 a 90% das neoplasias primárias do fígado, com incidência global estimada em 700 mil novos casos anuais, com grande variação geográfica, e predominante no sexo masculino. Caracteriza-se pela associação com diversos fatores de risco, entre eles fatores demográficos, hepatites crônicas virais (B e C), toxinas e fatores metabólicos. A associação com cirrose hepática também é aspecto marcante. Entretanto, o presente trabalho objetiva relatar um caso de CHC em paciente sem expressivos fatores de risco para tal patologia.
RELATO DE CASO
Paciente V.M.P, masculino, 40 anos, residente em Cuiabá, veio a atendimento em agosto de 2015, referindo sintomas de doença do refluxo gastroesofágico, iniciando tratamento desde então. Em março de 2016, apresentou edema em MMII e ascite que foram confundidos com sintomas de cardiopatia congestiva. Trouxe o resultado da ressonância magnética do abdômen superior evidenciou fígado com parênquima grosseiramente heterogêneo, com redução das dimensões do lobo hepático direito, aumento do lobo esquerdo e caudado, esplenomegalia, ectasia da veia cava superior e veias hepáticas com ascite leve. No mês seguinte, paciente realizou uma tomografia computadorizada evidenciando espessamento irregular da linha pleural na base de ambos os hemitórax, calcificações grosseiras de permeio; calcificação dos folhetos pericárdicos com acentuada ectasia da veia cava inferior e refluxo de contraste para as veias hepáticas. E ainda, realizou uma nova ressonância magnética diagnosticando nódulo hepático em lobo esquerdo no segmento II com 1,2 cm classificado em LI-RADS 3 (neoplasia com probabilidade intermediária de benignidade). Em novembro de 2016, em nova ressonância magnética, o nódulo no lobo esquerdo evolui sendo classificado em LI-RADS 4A (provavelmente carcinoma hepatocelular) porém sem evolução significativa de tamanho. Em maio de 2017 realizou ressonância magnética do abdome superior, evidenciando achados de imagem compatíveis com hepatopatia crônica com hipertensão portal apresentando varizes perigástricas e anastomose espleno-renal espontânea; nódulo hepático no lobo esquerdo compatível com pequeno hepatocarcinoma. A partir do diagnóstico do último exame, paciente foi encaminhado à gastrocirurgia e prosseguiu- se procedimento de radiofrequência guiada por ultrassom no nódulo hepático.
DISCUSSÃO
O relato evidenciou um caso de CHC de um paciente com poucos fatores de risco para a patologia, paciente não etilista, com sorologias negativas, e portador de hepatopatia crônica possivelmente de natureza cardiogênica. Os exames de imagem iniciais detectaram nódulo hepático, em um estado anterior a um carcinoma, o que proporcionou o monitoramento de sua evolução, conferindo um melhor prognóstico ao paciente pela intervenção médica na fase inicial da neoplasia.
Área
FÍGADO
Instituições
Universidade Federal de Mato Grosso - Mato Grosso - Brasil
Autores
Rincler Souza, Kleriene Souza, Michelli Ridolfi