TÍTULO

TRATAMENTO DAS HERNIAS INCISIONAIS EM HOSPITAL DE ENSINO

OBJETIVO

As hérnias ventral e incisional representam cerca de 10% das hérnias da parede abdominal, tendo como fatores etiológicos a obesidade, desnutrição, tabagismo, obstipação crônica, cirurgias abdominais prévias, doenças do tecido conjuntivo, entre outros. No tratamento de grandes defeitos o uso de tela é primordial para o sucesso e evitar a recidiva do procedimento. O intuito deste levantamento foi de avaliar o perfil epidemiológico dos portadores de hérnia incisional submetidos a correção cirúrgica e a necessidade de Hospitais Especializados para seu tratamento.

MÉTODO

Estudo transversal no período de janeiro de 2012 a dezembro de 2017 de pacientes portadores de hérnia incisional submetidos a tratamento cirúrgico no Hospital Estadual Vila Alpina – SECONCI-OSS, pelo médico residente do segundo ano do Programa de Residência Médica em Cirurgia Geral, auxiliado por assistente do “staff”, avaliando-se a prevalência quanto ao sexo, faixa etária, avaliação pré-operatória pelo ASA, localização da hérnia, uso de prótese, drenagem do sub-cutâneo, tempo cirúrgico, tempo de internação e complicações pós-operatória.

RESULTADOS

Foram realizados 193 procedimentos eletivos predominando o sexo feminino em 60,6% em relação ao masculino com 39,4%, com média de idade 53,6 anos, variando de 26 a 86 anos. Classificação ASA I em 33,3% e ASA II 66,7%, sendo 37,4% procedimentos sob anestesia geral e 62,6% sob raquianestesia e sedação. Todos os procedimentos foram realizados com colocação de tela de polipropileno, e 79,4% com drenagem a vácuo no sub-cutâneo, com tempo médio de internação de 4 dias, e sem drenagem de sub-cutâneo em 20,6%, com média de internação de 2 dias. O tempo médio cirúrgico foram 140 minutos. O tempo de internação oscilou de 1 a 20 dias, com complicação em 2% de infeção na incisão e 1 óbito devido infecção cirúrgica e sepses. A incisão mediana prevaleceu em 83% dos casos, sub-costal direita em 10%, supra-umbilical pós videolaparoscopia em 3%, 2% paramediana direita pós-apendicectomia, 1% Phanistil e 1% pós fechamento de ostomia.

CONCLUSÕES

A correção das hérnias incisionais são procedimentos factíveis de realização em hospital de nível secundário com aperfeiçoamento de médicos em treinamento, desde que supervisionados por profissionais qualificados e pacientes bem selecionados. O índice de complicações não contra-indica o procedimento.