Dados do Trabalho
TÍTULO
EXPERIENCIA DO GRUPO DE VIAS BILIARES E PANCREAS DA SANTA CASA DE SAO PAULO NO TRATAMENTO DO TUMOR DE FRANTZ
OBJETIVO
Por se tratar de um tumor raro, que apesar de apesar maligno apresenta bom prognóstico a longo prazo, relatamos a experiência de 12 anos do Grupo de Vias Biliares e Pâncreas da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo no tratamento do TF.
MÉTODO
O presente estudo foi conduzido pelo Grupo de Vias Biliares e Pâncreas do Departamento de Cirurgia da FCMSCSP. Foram revisados os prontuários de 13 pacientes que foram submetidos à tratamento cirúrgico, tanto por via convencional como por via laparoscópica, e que tiveram resultado anatomopatológico compatível com Tumor de Frantz.
Nesse estudo, analisou-se dados epidemiológicos, dados clínicos, procedimento cirúrgico realizado e possíveis complicações relacionadas ao tratamento cirúrgico da doença.
RESULTADOS
Do período de janeiro de 2006 a maio de 2018, o GV&P realizou o tratamento de 13 pacientes que apresentaram diagnóstico histopatológico de TF. Desses 13 pacientes, 12 doentes eram do sexo feminino (92,3 %). A faixa etária variou entre 16 a 57 anos com uma média de idade de 30,5 anos. Com relação ao quadro clínico, cerca de 60% dos casos apresentavam algum grau de dor ou desconforto em andar superior do abdome e tumoração palpável.
Analisando-se a localização do tumor no pâncreas, 10 pacientes apresentaram tumoração em corpo/cauda pancreática (76,9%) e 03 doentes apresentaram neoplasia cefálica (23,1%). Sendo assim, 03 doentes foram submetidos à pancreatectomia corpo caudal com esplenectomia, 05 pacientes foram submetidos à pancreatectomia corpo caudal com esplenectomia por via laparoscópica, 01 caso foi tratado com pancreatectomia corpo caudal com esplenectomia e colectomia segmentar, realizou-se uma pancreatectomia central, duas enucleações e uma duodenopancreatectomia com preservação pilórica + colectomia segmentar.
A complicação mais encontrada foi a fístula pancreatia, sendo 01 caso com fístula grau A, 02 casos com fístula Grau B e 01 caso com fístula grau C. Houve necessidade de nova intervenção cirúrgica em somente dois casos ( 15,4%).
O diâmetro dos tumores variou entre 1,8 a 24 cm com uma média de 16,5 cm. Doze casos foram confimados por exame de imunohistoquímica. As ressecções apresentaram uma média de 16 linfonodos ressecados por procedimento, encontrando-se linfonodos acometidos em 02 casos (15,3%) associados à invasão perineural e invasão angiolinfática nesses casos. Em 7 doentes, constatou-se a presença de hemorragia ou necrose tumoral na peça cirúrgica.
CONCLUSÕES
Com a incorporação tecnológica vivenciada nas últimas décadas, o tratamento do TF acabou evoluindo da via convencional aberta para a via laparoscópica, com os já conhecidos benefícios da cirurgia minimamente invasiva. No entanto, as complicações ainda estão presentes nessa modalidade terapêutica.
Área
VIAS BILIARES E PÂNCREAS
Instituições
SANTA CASA DE SÃO PAULO - São Paulo - Brasil
Autores
ANDRÉ DE MORICZ, RICARDO TADASHI NISHIO, MARCOS BELOTTO, ADHEMAR MONTEIRO PACHECO JR., EDUARDO RULLO MARANHÃO DIAS, RODRIGO ALTENFELDER SILVA