Dados do Trabalho


TÍTULO

TRATAMENTO LAPAROSCOPICO DE DUPLICIDADE GASTRICA: RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

As duplicações gástricas é uma doença congênita, sendo mais diagnosticada na infância. Podem ser esféricas ou tubulares e ocorrer em todo trato gastrointestinal. Relatamos um caso de duplicidade gástrica em paciente pediátrico, em investigação de dor abdominal, submetido à ressecção laparoscópica.

RELATO DE CASO

Paciente H.S.M, 7 anos, feminina, natural de Cachoeiro de Itapemirim, deu entrada no pronto socorro do Hospital Infantil São Francisco de Assis, no dia 06/02/19, com queixa de dor abdominal difusa de forte intensidade, sendo pior em região epigástrica, de inicio há 3 dias. Ao exame físico paciente encontrava-se em bom estado geral, abdome flácido, doloroso a palpação superficial e profunda de região epigástrica, com presença de massa palpável em epigástrio, não pulsátil, com contornos mal definidos, de consistência endurecida e fixa, sem sinais de irritação peritoneal. Foram realizadas ultrassonografia e tomografia de abdome total que evidenciaram formação cística com conteúdo homogêneo, localizada no epigástrio, junto ao antro gástrico medindo 6,6 x 3,6 x 5,6 cm. Correspondendo a possível cisto de duplicação. Em seguida foi realizada gastrectomia parcial atípica ao longo da grande curvatura na região antral por videolaparoscopia. Paciente teve boa evolução pós-operatória, recebendo alta após dois dias. No seguimento ambulatorial paciente encontra-se assintomática com boa evolução clinica. Anatomopatológico com ausência de malignidade em mucosa gástrica.

DISCUSSÃO

O primeiro relato desta anomalia foi descrita por Calder em 1733, mas o termo "duplicação" foi definido inicialmente por Ladd em 1937 englobando anomalias congênitas. Estas variam de acordo com localização, tamanho, tipo de mucosa, e sua relação com o tubo digestivo, além disso, podem ser acompanhadas de outras malformações. A duplicação gastrointestinal é uma rara anormalidade congênita, localizada mais frequentemente no íleo. Representa cerca de 2-8% das duplicações, com cerca de 100 casos descritos, sendo mais rara no duodeno. Anatomicamente apresenta uma estrutura tubular ou cística na grande curvatura, em íntimo contato com o estômago, podendo ou não se comunicar com a luz gástrica, contendo camada muscular e nutrição sanguínea própria. Como formam massas, às vezes palpáveis, elas podem comprimir os órgãos vizinhos, levando a sintomas obstrutivos, comuns na infância. Técnicas cirúrgicas minimamente invasivas, como a videolaparoscopia, permitem tratar de modo menos invasivo e com muita segurança grande parte das afecções abdominais em crianças e com menores complicações pós-operatórias. A ressecção cirúrgica e o estudo histopatológico podem confirmar a presença da Duplicidade Gástrica, muitas vezes só reconhecidas em ato operatório praticado na suposição de um problema mais comum. Ratificamos a importância dessa patologia como diagnóstico diferencial de massas císticas do trato gastrointestinal, pois a possibilidade de malignidade nesses cistos, mesmo que raro, deve ser considerada.

Área

CIRURGIA PEDIÁTRICA

Instituições

santa casa misericordia de cachoeiro de itapemirim - Espírito Santo - Brasil

Autores

Luana maia costa, Lucas Barcelos Denadai, Barbara Donaria Silva Gonçalves, Conrado Ribeiro Freitas, José Renato Dias Federici, Sâmela Nunes Alecrim de Souza, Gerliano Marçal Luz Gonçalves