Dados do Trabalho
TÍTULO
METASTASES SUBCUTANEAS EM PACIENTE COM ADENOCARCINOMA DE VESICULA BILIAR
INTRODUÇÃO
Apesar de serem as mais comuns da árvore biliar, as neoplasias de vesícula biliar são consideradas raras, ocorrem com maior frequência no sexo feminino, apresentam quadro clínico inespecífico e suas metástases costumam ser hepáticas. O presente trabalho relata o caso de uma paciente de 62 anos diagnosticada com adenocarcinoma de vesícula biliar que evoluiu com metástases subcutâneas.
RELATO DE CASO
Paciente I.E.P., 62 anos, sexo feminino, com queixas compatíveis com quadro de colecistite. Devido a clínica típica, optou-se pelo tratamento cirúrgico por via laparoscópica para resolução do quadro, em outro serviço. O anatomopatológico demonstrou adenocarcinoma de vesícula biliar TNM II, pT2, pN0 e o estadiamento não mostrou lesões a distância. Em nosso serviço, após quatro meses, foi realizada nova abordagem cirúrgica para ampliação da margem do leito da vesícula biliar, e diante de nova análise anatomopatológica do seguimento hepático removido, não houve evidência de neoplasia residual. Assim, paciente foi submetida a quimioterapia adjuvante por seis meses. Quatro meses após término do tratamento quimioterápico, iniciou com quadro de insuficiência renal pós renal e uremia súbita após nove meses livre de doença, sendo solicitados tomografia de tórax e abdome, as quais evidenciaram múltiplas imagens nodulares com captação de contraste em subcutâneo, cavidade peritoneal, retroperitônio, gordura epicárdica e pleura, associado a volumoso derrame pleural a esquerda. Foi realizada biópsia de nodulação subcutânea, evidenciando metástase de adenocarcinoma.
DISCUSSÃO
A neoplasias de vesícula biliar, apesar de ser a mais frequentes entre as neoplasias das vias biliares, é considerada rara. É mais frequente no sexo feminino e clinicamente apresenta sinais e sintomas inespecíficos. Entre os fatores de risco para neoplasia de vesícula biliar estão: obesidade, polipos adenomatosos na vesícula, histórico de cálculos biliares, vesícula em porcelana, idade superior a 50 anos e anomalias da junção pancreatobiliar e do trato biliar. O tipo histológico mais frequente é o adenocarcinoma, sendo comumente de caráter agressivo, com prognóstico reservado. Para as neoplasias de vesícula biliar, o único tratamento considerado curativo é a intervenção cirúrgica para remoção do órgão. O diagnóstico é difícil e costuma ser feito de forma tardia, já com sintomas de colestase, ou de forma acidental. As metástases da doença costumam ser hepáticas. Por se tratar de uma doença pouco frequente e de difícil diagnóstico pela sintomatologia inespecífica, existem poucas informações na literatura médica, carecendo ainda de mais pesquisas para determinar marcadores específicos e exames de imagem sensíveis para detecção da doença. O prognóstico é reservado devido ao diagnóstico tardio e ao tratamento exclusivamente cirúrgico, não havendo quimioterapia ou radioterapia específicas para essa neoplasia.
Área
VIAS BILIARES E PÂNCREAS
Instituições
Universidade de Uberaba - Minas Gerais - Brasil
Autores
Gabriela Nascimento Cruz, Bárbara Andrade Borges, Gabriela Ferreira Cunha, Lívila Mara da Silva, Iasmim Rodrigues Paula Silva, Ana Paula Sousa Machado, Guilherme Freire Angotti Carrara, Luiz Carlos Furtado Almeida Junior