TÍTULO

REVISAR A LITERATURA ESPECIALIZADA ACERCA DAS OPÇOES PARA PREVENÇAO DE ADERENCIAS PERITONIAIS EM POS OPERATORIO (PO) DISPONIVEIS NA ATUALIDADE, BEM COMO EFICACIA E CUSTO-EFETIVIDADO

OBJETIVO

Revisar a literatura especializada acerca das opções para prevenção de aderências peritoniais em pós operatório (PO) disponíveis na atualidade, bem como eficácia e custo-efetividade

MÉTODO

Realizada busca de artigos científicos nas bases de dados LILACS, pubmed, Scielo e BVS/BIREME através das palavras-chave ‘adhesion’, ‘post-operative’, ‘peritoneum’, ‘surgery’. Foram selecionados artigos publicados nos últimos 10 anos, excluindo publicações do tipo relato de caso.

RESULTADOS

Atualmente, aproximadamente 1% das internações de urgência em pronto-socorro de Cirurgia Geral e 3% das laparotomias de urgência/emergência decorrem de aderências peritoniais. Estima-se que os custos relacionados a diagnóstico, tratamento e complicações relacionadas a aderências peritoniais ultrapassem o valor de 2 bilhões de dólares/ano nos EUA. Numa tentativa de diminuir a incidência de aderências pós operatórias, vários estudos emergiram com a intensão de avaliar emprego de medidas técnicas e farmacológicas, tais como películas/métodos de barreia sobre a superfície peritoneal, objetivando inibir o processo fisiopatogênico das aderências teciduais. Emprego de técnicas minimamente invasivas, em destaque à laparoscopia , tem se firmado na literatura como fator protetor a formação de aderências. Acredita-se que a menor manipulação tecidual, sangramento e trauma local sejam fatores que diminuem a inflamação peritoneal e, em consequência, a fisiopatogênese das bridas. Estudos comparando presença de aderências em PO de cirurgias pélvicas laparotômicas e laparoscópicas, evidenciaram incidência de aderências de 55% vs. 15%, respectivamente. Em adição, série de produtos farmacológicos emergiram com a proposta de agir nos fenômenos fisiopatogênicos da formação de aderências. Malhas de celulose oxidada (Interceed®) foram empregadas sobre superfícies de peritônio visceral e parietal. Trials randomizados falharam em mostrar benefício do produto. Emprego de carboximetilcelulose/hialuronitado de sódio (Seprafilm®) se mostrou eficaz em diminuir a incidência e gravidade de aderências em 2 trials randomizados. O hidrogel de polietilenoglicol (Cosel®) foi aprovado para uso enquanto selante vascular pelo FDA em 2002. Estudo experimental em animais, evidenciou diminuição da formação de aderências peritoniais em coelhos. Recentemente, a indústria brasileira aprovou um composto de carboximetilcelulose e amido modificado (Adhesion®), formulado em pó. De fácil aplicação inclusive por laparoscopia, o produto ainda carece de estudos experimentais e, futuramente, trials randomizados que endossem sua eficácia.

CONCLUSÕES

Aderências pós operatórias são importante causa de morbidade na atualidade. O emprego de técnicas cirúrgicas minimamente invasivas diminui a incidências e gravidade de aderências no PO. Atualmente, produtos a base de carboximetilcelulose e polietilenoglicol tem se mostrado eficaz em diminuir a incidência e gravidade de aderências em modelos animais e trials em humanos.