Dados do Trabalho
TÍTULO
TRATAMENTO DE VARIZES CALIBROSAS COM ESPUMA: UM RELATO DE CASO
INTRODUÇÃO
As varizes surgem devido à insuficiência das válvulas venosas, tendo como
consequência estase sanguínea e aumento da pressão desse sistema. Há maior risco em
mulheres, multíparas, obesos, usuárias de anticoncepcionais, ortostatismo prolongado e
predisposição familiar. Além do incomodo estético, causam dor, edema, sensação de peso nas
pernas, lesões cutâneas. A classificação das varizes é realizada através do CEAP, cujos critérios
são a Clínica (C), Etiologia (E), Anatomia (A) e a Patofisiologia (P). A partir do CEAP 2, o
tratamento é majoritariamente cirúrgico, entretanto, existem outras opções terapêuticas
disponíveis, como laser, radiofrequência e escleroterapia. A escleroterapia consiste na
eliminação das veias varicosas atrás da aplicação de uma substância esclerosante no lúmen da
veia. Um desses agentes pode ser a espuma de polidocanol. A oclusão é consequência da
inflamação do endotélio causada pela substância, que transforma a veia em um cordão fibroso
e esclerosado. Trata-se de um procedimento seguro, eficaz, com baixos índices de
complicações, além de ser relativamente barato, minimamente invasivo, podendo ser repetido
em casos recorrentes, tendo resultados semelhantes aos cirúrgicos.
RELATO DE CASO
Mulher, 78 anos, aposentada, refere veias varicosas no membro inferior direito
há vários anos. No exame físico foi observada a presença de varizes de grosso calibre na região
anterolateral da coxa direita. Ecodoppler mostrou refluxo no terço proximal da safena interna
sendo drenada para tributárias insuficientes na coxa. Optou-se pela realização do tratamento
com escleroterapia através da espuma de polidocanol ecoguiada em três sessões com intervalo
de 10 dias entre elas. A paciente apresentou boa tolerância ao procedimento (não houve
necessidade de anestesia).
DISCUSSÃO
A escleroterapia com espuma age ocluindo as veias superficiais incompetentes,
removendo pontos de hipertensão venosa, favorecendo a cicatrização de lesões de etiologia
venosa. O contato direto do esclerosante com o endotélio venoso inicia um processo de lesão
contígua da parede venosa. Taxas de complicações de esclerose líquida ou espuma foram
documentadas em vários estudos. A passagem do esclerosante para o sistema venoso profundo,
mesmo quando usadas pequenas doses, é comum. Jia realizou uma metanálise de 69 artigos
com IVC tratados com escleroterapia com espuma. Observou-se uma taxa de efeitos
secundários graves entre 0 e 5,7%, com 1 caso de embolia pulmonar em uma série de 1.316
pacientes tratados com um percentual de trombose venosa profunda entre 0,1 e 18%. Contudo,
as desvantagens da técnica apresentam índices baixos quando comparados às técnicas
convencionais. Podemos concluir que a esclerose com espuma é efetiva e apresenta altas taxas
de correção de veias muito dilatadas, com baixos índices de complicações no tratamento de
pacientes com insuficiência venosa crônica grave.
Área
CIRURGIA VASCULAR
Instituições
FACULDADE DE MEDICINA NOVA ESPERANÇA - Paraíba - Brasil
Autores
ESTEPHANYE VASCONCELOS NUNES DE FARIAS, AUGUSTO CESAR LACERDA BRASILEIRO, ANDREZZA MARIA DIAZ ARARUNA, ONÉLIA MARIA SETUBAL ROCHA DE QUEIROGA, WILSON DANTAS PEDROSA NETO, ALBERO FERREIRA DE MORAIS FRANÇA, ALDO GUEDES BEZERRA NETO, FRANCISCO DE ASSIS SILVA SEGUNDO