Dados do Trabalho


TÍTULO

CITORREDUÇAO E QUIMIOTERAPIA INTRAPERITONIAL HIPERTERMICA (HIPEC) NO MANEJO DO CANCER COLORRETAL METASTATICO: ESTUDO DA ARTE.

OBJETIVO

Revisar a literatura especializada acerca do tratamento cirúrgico da metástase (Mt) peritoneal do câncer colorretal (CCR), suas indicações, resultados e impacto em sobrevida.

MÉTODO

Realizada busca de artigos científicos nas bases de dados LILACS, pubmed, Scielo e BVS/BIREME através das palavras-chave ‘colorrectal cancer’, ‘carcinomatosis’, ‘surgery’, ‘peritoneum’, ‘hipec’ e ‘metastasis’. Foram selecionados artigos publicados nos últimos 5 anos, excluindo publicações do tipo relato de caso.

RESULTADOS

O CCR é a terceira neoplasia mais comum em incidência no mundo e 10-15% dos pacientes apresentarão metástase peritoneal no momento do diagnóstico, além 20-30% daqueles que evoluem com recorrência de doença. Em estágios avançados, pode cursar com sintomas gastrointestinais suboclusivos/oclusivos, ascite refratária e dor abdominal de difícil controle. Seu prognóstico é de 5 meses quando não tratada, podendo evoluir para em média 10 meses em pacientes submetidos a quimioterapia (Qt) paliativa. Em casos selecionados, o emprego da Cirurgia Citorredutora (CC) associada a HIPEC tem sido proposto como opção terapêutica. Quando a citorredução completa é possível, é relatado ganho em sobrevida de até 45% em 5 anos. A seleção dos pacientes candidatos a esta modalidade terapêutica deve ser criteriosa, observando: motivação do paciente, ausência de comorbidades graves, índice de carcinomatose <20, ECOG <2, até 3 Mt hepáticas periféricas ressecáveis, ausência de doença extra-abdominal, ausência de progressão de doença na vigência de quimioterapia. A morbidade e mortalidade associadas ao procedimento variam nos dados coletados, entre 12 a 64% e 0 a 12%, respectivamente. Atualmente, diferentes protocolos de HIPEC são descritos, o que pode gerar fator confusional na interpretação dos dados; todavia, predomina-se o uso de mitomicina C durante 60-90 minutos, a 41ºC ou de Oxaliplatina, durante 30 minutos, a 43ºC, associada a infusão concomitante de 5FU-leucovorin venosa. Metanálise recente evidencia sobrevida média de 27.9 meses em pacientes submetidos a CC+HIPEC, em detrimento a 15 meses para Qt paliativa. Em contrapartida, dados do trial PRODIGE 7 recentemente divulgados, ao comparar CC e CC+HIPEC (oxilaplatina) após randomização, evidenciaram ausência de diferença estatística na sobrevida global entre os dois grupos, confirmando, porém a superioridade da CC em detrimento a Qt paliativa (~40 meses).

CONCLUSÕES

O tratamento da metástase peritoneal do CCR sofreu significativos avanços na última década, com destaque ao advento e consolidação das técnicas de citorredução cirúrgica e HIPEC. Os ganhos de sobrevida global são consensuais na literatura, com média de 40 meses, em detrimento a 10 meses no tratamento Qt paliativo. Seleção criteriosa dos casos candidatos a tratamento cirúrgico é essencial ao bom prognóstico. Estudos que avaliem o papel da HIPEC no ganho terapêutico da carcinomatose por CCR ainda são escassos na literatura.

Área

COLOPROCTOLOGIA

Instituições

FAMENE - Paraíba - Brasil

Autores

TAFAEL MENEZES BARROS, MARIANA QUEVEDO MUNIZ DA SILVA, RENATA LEITE MANGUEIRA, GERALDO CAMILO NETO, OSWALDO BEZERRA CASCUDO FILHO, MILENA MARIA GABRIELLE SILVA, FRANCISCA MARIA TAVARES DA ROCHA, LYVIA MARIA FERNANDES