Dados do Trabalho
TÍTULO
TUMORES SINCRONICOS DE ESOFAGO: UM RELATO DE CASO
INTRODUÇÃO
O câncer de esôfago é a sexta neoplasia maligna mais comum no mundo, representando 4,5% de todos os carcinomas do trato digestivo, apresentando incidência considerável e alta letalidade. Pode ser classificado histologicamente em carcinoma espinocelular (CEC) e adenocarcinoma, sendo este mais prevalente sobre o CEC em algumas populações. Vários trabalhos mostraram a possibilidade de sincronismo entre o CEC de esôfago e CEC de cabeça e pescoço, porém, pouquíssimos estudos relataram a presença de adenocarcinoma e CEC, concomitantemente, no esôfago.
RELATO DE CASO
Paciente, sexo masculino, 56 anos, etilista e tabagista há 35 anos, com história de dispepsia e êmese há 3 meses associado a perda ponderal, disfagia progressiva, atualmente para líquidos, bem como parada das evacuações há 20 dias. Nega hematêmese e outros sintomas. Endoscopia digestiva alta (EDA) com lesões em esôfago proximal e distal e exame anatomopatológico confirmando CEC e adenocarcinoma, respectivamente. Tentado passagem de sonda nasoenteral por via endoscópica sem sucesso sendo indicado via alimentar cirúrgica. Durante a internação apresentou dois episódios de crises convulsivas com pesquisa de metástase cerebral negativa. Após estabilização clínica, submetido a jejunostomia e iniciado o processo de recuperação nutricional. Atualmente se encontra em tratamento neoadjuvante com quimioterapia e radioterapia.
DISCUSSÃO
A alta incidência do câncer de esôfago e seu comportamento agressivo tanto em crescimento local e capacidade de disseminação linfática e hematogênica, o tornam um importante problema de saúde pública. Considerando os tipos histológicos, o carcinoma espinocelular, acomete principalmente o terço médio e proximal do esôfago, enquanto o adenocarcinoma acomete o terço inferior, originando-se das glândulas superficiais e profundas do esôfago. São muitos os fatores de risco, entre eles o etilismo, tabagismo, obesidade, envelhecimento e hábitos inadequados, como a ingestão de alimentos ricos em carcinogênicos, com algumas diferenças entre os tipos histológicos citados. No caso em questão, o paciente apresenta os dois tipos histológicos simultaneamente, sendo um caso raro e de prognóstico reservado, principalmente pelo diagnóstico tardio. Como tratamento de cada tipo possui suas especificidades, o caso em questão continua em discussão quanto a melhor abordagem, estando, no momento, realizando quimioterapia e radioterapia.
Área
ESÔFAGO
Instituições
Instituto Hospital de Base do Distrito Federal - Distrito Federal - Brasil
Autores
Rodrigo Silveira Rocha, Mariana Magalhães Rodrigues dos Santos, Carolline Damas de Andrade Oliveira, Deborah Roberta Liduario Raupp, Caroline Ferrari, Ekaterine Apostolos Dagios, Victoria Fátima Sabino Bernardo Guinhoni, Isabella Fernandes