Dados do Trabalho


TÍTULO

REVISAO LITERARIA DO MANEJO DA SINDROME DE FOURNIER: A NECESSIDADE DA ELABORAÇAO DE PROTOCOLO

OBJETIVO

O presente trabalho visa explanar a conduta terapêutica da Síndrome de Fournier com um enfoque cirúrgico, a fim de analisar as abordagens que resultam em um melhor prognóstico, além de expor a necessidade de um protocolo para tratamento dessa enfermidade.

MÉTODO

Realizou-se uma revisão de literatura apoiada na busca eletrônica de periódicos coletados nas bases de dados: Scielo, MEDLINE e Google acadêmico, entre os anos de 2014 e 2018 nos idiomas português e inglês.

RESULTADOS

A Síndrome de Fournier ou Gangrena de Fournier é uma fasciíte necrosante do períneo e da parede abdominal, caracterizada por uma endarterite obliterante dos vasos subcutâneos, que provoca isquemia e trombose vascular, resultando em necrose dos tecidos circundantes, com áreas expostas mais susceptíveis à disseminação de microrganismos aeróbios e anaeróbios. Trata-se de uma patologia a qual acomete indivíduos, sobretudo, do sexo masculino, entre 40 e 50 anos, que apresentam comorbidades associadas, principalmente diabetes mellitus. O quadro clínico é caracterizado por dor intensa, bolhas, e eritema, que evolui para feridas. Sabe-se que o diagnóstico precoce é imprescindível, uma vez que a taxa de necrose fascial aumenta 2 a 3cm por hora, consistindo o tratamento em antibioticoterapia de amplo espectro, desbridamento cirúrgico e manutenção da estabilidade hemodinâmica. A conduta cirúrgica inicial é a remoção do tecido necrótico e desvitalizado, sendo necessárias cerca de 3 a 4 operações para controle da infecção. O tratamento da lesão pode ainda ser feito pela terapia por pressão negativa (TPN), que apresenta melhores resultados quando comparada aos curativos convencionais. Outra modalidade satisfatória é a terapia de oxigênio hiperbárico (TOH), embora existam dúvidas relacionadas à sua eficácia. Ademais, como os principais microrganismos da gangrena de Fournier são de origem colorretal e do conteúdo fecal, os pacientes que apresentam comprometimento perineal grave próximo ao ânus têm indicação para realizar colostomia com o objetivo de reduzir o índice de infecção. Porém, estudos recentes alegam que o desvio fecal contribui para evitar contaminações e até mesmo a realização da colostomia. Logo após, utilizam-se enxertos de pele, bem como retalhos fasciocutâneos ou musculocutâneos para a reconstituição tecidual e, em seguida, há a aproximação das bordas, proporcionando melhores resultados funcionais e estéticos nas pequenas e médias lesões.

CONCLUSÕES

Portanto, estudos evidenciaram resultados satisfatórios na associação terapêutica de antibioticoterapia e tratamento cirúrgico, em que, paralelamente, pode submeter o paciente a TPN, TOH, colostomia ou desvio fecal. Apesar disso, é notória a escassez de estudos comparativos dos resultados das associações terapêuticas da Síndrome de Fournier, que são essenciais para a criação de um protocolo unificado para seu manejo, a fim de reduzir as taxas de subdiagnóstico e de morbimortalidade.

Área

UROLOGIA

Instituições

Centro Universitário de João Pessoa - Paraíba - Brasil

Autores

Marcelle Baracuhy Sodré de Mello, Ana Luísa Malta Dória, Sabrina Bastos E Costa, Paloma Oliveira Matos, Thaynara Maria Honorato Muniz, George Harley Cartaxo Neves Filho, Beatriz Camargo Sodré, Karoline Rodrigues Costa Araújo