Dados do Trabalho
TÍTULO
DRENAGEM CIRURGICA VIDEOLAPAROSCOPICA DE ABCESSO HEPATICO RECIDIVANTE DE ORIGEM NAO ESCLARECIDA: RELATO DE CASO
INTRODUÇÃO
Dentre os tipos de abscessos viscerais, o hepático é considerado o mais comum. Estima-se uma incidência anual de 2,3 casos para cada 100.000 pessoas, sendo uma patologia mais prevalente no sexo masculino. O quadro clínico de um paciente com esta patologia é inespecífico, podendo cursar com febre, dor abdominal, calafrios, náuseas, vômitos e perda de peso. Ao exame físico o paciente pode apresentar dor à palpação em hipocôndrio direito, icterícia e hepatomegalia.
RELATO DE CASO
Paciente, sexo masculino, 62 anos, deu entrada no pronto atendimento apresentando quadro de dor abdominal aguda, em faixa, de grande intensidade, com foco em hipocôndrio direito, irradiando para dorso, de caráter não especificado, associado a febre (38°C) e prostração. Referia que quadro teve evolução há 2 meses. Aos exames, apresentou leucocitose (29.800, 10% bastões), além de 2 hemoculturas negativas. Foi solicitado internação hospitalar e iniciado moxifloxacino, piperacilina + tazobactam e metronidazol. No 3° dia de Internação Hospitalar (DIH) foi realizado uma Tomografia Computadorizada de abdome total com contraste, que evidenciou abscesso hepático em segmentos II e III. Foi realizada drenagem percutânea de abscesso hepático guiada por TC, com saída de secreção purulenta. Solicitou-se a cultura da secreção - resultado negativo. O dreno foi retirado no 11° DIH, com o paciente evoluindo com melhora clínica e laboratorial, recebendo alta hospitalar para seguimento de antibioticoterapia domiciliar com amoxicilina + clavulanato. 14 dias após a alta o paciente evoluiu com sudorese, calafrios, febre e rebaixamento do nível de consciência, sendo internado novamente foi avaliado pela cirurgia geral para drenagem da coleção. Realizou-se a drenagem de abscesso hepático por videolaparoscopia, seguido de lavagem da cavidade abdominal no intra-operatório com SF 0,9%. O líquido drenado era espesso, escurecido, em quantidade importante, instalando um dreno de Blake na cavidade e dreno de 3 vias para lavagem de loja hepática no pós operatório caso necessário. O paciente foi encaminhado para pós-operatório em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Paciente recebeu alta da UTI no 15° dia, e alta hospitalar no duas semanas após a alta da UTI com manutenção da antibióticoterapia por 6 semanas.
DISCUSSÃO
A etiologia desse abscesso é dividida em 5 categorias de acordo com a forma de infecção: secundários a doença do trato biliar ou hepático; via hematogênica; por extensão direta; por trauma hepático; criptogênico ou de causa obscura. O tratamento consiste em drenagem + antibioticoterapia. Os métodos de drenagem percutânea apresentam menor morbidade que a drenagem cirúrgica em relação ao procedimento, diminuindo o risco de contaminação da cavidade peritoneal, além de apresentarem bons e similares resultados. A drenagem por videolaparoscopia pode constituir outra alternativa, com a vantagem da identificação dos abscessos não acessíveis à drenagem percutânea, mas apresentando ainda o risco de contaminação da cavidade.
Área
FÍGADO
Instituições
Hospital Memorial Arthur Ramos - Alagoas - Brasil
Autores
Maria Lavínia Brandão Santiago, José Adailton Pinheiro, Michel Igor Guimarães Lopes, Felipe Marcel Alexandre Pereira Santos, Rodrigo Barcellos de Almeida Igansi