TÍTULO

ANALISE QUALITATIVA DA ABORDAGEM ENDOSCOPICA NA ESTENOSE TRAQUEAL

OBJETIVO

Analisar os desfechos do tratamento endoscópico na terapêutica da Estenose Traqueal (ET) na literatura científica, identificando fatores influenciadores.

MÉTODO

Trata-se uma de revisão da literatura, com busca ativa de informações nas bases de dados do PMC e MEDLINE, além da biblioteca virtual SciELO. Os descritores utilizados foram: Tracheal stenosis; Outcomes; Laryngotracheal stenosis. Os critérios de inclusão foram: Artigos publicados entre 2014-2019, dos tipos descritivos e intervencionista. Os critérios de exclusão foram artigos de revisão, relatos de caso ou artigos que não abordem assuntos discutidos nos objetivos.

RESULTADOS

Alguns benefícios evidenciados no tratamento endoscópico foi em um estudo realizado na Austrália, que os pacientes ficaram, em média, 26 dias a menos internados no hospital com o tratamento endoscópico. No estudo citado foi estimado uma economia de $31.000 dólares australianos (equivalente a 65.100 reais). Na literatura, evidencia-se que esse método gera menores complicações para o paciente, já que no procedimento endoscópico há uma menor morbimortalidade e menos transtornos na voz do paciente, significando uma percepção do paciente e dos familiares bem mais positiva quanto ao tratamento. É nesse contexto que se entende que o procedimento aberto é mais destinado para casos refratários de ET ou por preferência do doente, além do que após o procedimento aberto, o seguimento do paciente costuma durar mais. Associado a isso, a presença de comorbidades cardíacas, pulmonares e neurológicas é um forte indicador de preferência pela via endoscópica. Entretanto, o procedimento endoscópico também têm suas desvantagens e riscos, por exemplo, em pacientes possivelmente operáveis, pode provocar um aumento do comprimento da estenose quando se aplicam stents, impedindo cirurgias curativas futuras, por isso é fundamental uma abordagem multidisciplinar para seleção do método mais apropriado para o paciente. Outro ponto é que a via endoscópica pode não ser resolutiva, principalmente em casos mais complexos, além do que, diferentes métodos têm taxas de recidiva diferentes, nos casos mais complexos, por exemplo, taxa de recidiva após a dilatação e a dilatação assistida por laser é de 90%, enquanto a colocação de stents fornecem uma cura em 17,6% dos casos. A própria utilização de dilatação endoscópica com balões de estenose subglótica vem sendo usada a bastante tempo em crianças e adultos para causas benignas e malignas de ET, sendo um método seguro, mas temporário, necessitando de avaliação por parte do cirurgião.

CONCLUSÕES

Por ter menos complicações e ser mais seguro, abordagem endoscópica gera benefícios não só para o paciente, que poderá retornar às suas atividades rapidamente, mas também para a saúde coletiva, pois diminui os custos hospitalares. Entretanto, devidos às taxas de recidivas apresentadas, ainda é comum a traqueoplastia como método de escolha no tratamento de ET.