TÍTULO

ANALISE PROSPECTIVA DAS PANCREATODUODENECTOMIAS MINIMAMENTE INVASIVAS DE UMA UNICA EQUIPE DE CIRURGIA GERAL.

OBJETIVO

Objetivo: A pancreatoduodenectomia videolaparoscópica ou minimamente invasiva (DPMI) é um dos procedimentos abdominais mais desafiadores. A DPMI é uma alternativa segura e eficaz à pancreatoduodenectomia aberta nas neoplasias periampolares. DPMI está associada a menor perda de sangue, recuperação pós-operatória mais rápida, menor tempo de internação e maior tempo de operação. Iniciamos há 4 anos a DPMI após 29 casos de pancreatectomias distais e centrais, via videolaparoscopia desde 2002. Assim analisamos os resultados de nossos primeiros 9 doentes submetidos à DPMI.

MÉTODO

Método: estudo descritivo, prospectivo e observacional de uma série inicial e consecutiva de 9 doentes submetidos à DPMI pela mesma equipe cirúrgica e anestésica entre jan. de 2015 a mar. de 2019. Utilizamos a técnica com 4 trocateres sendo 3 posicionados em uma linha arciforme tomando o umbigo como o ponto mediano onde introduzimos o 1º trocater de 12mm, após pneumoperitôneo para 12mmHg com agulha de Verres. O 2º trocater, de 10mm fica à esquerda na linha hemiclavicular seguindo a linha arciforme citada e o 3º trocater de 5mm ainda na mesma linha, porém à direita na linha hemiclavicular. Um 4º portal de 5mm foi introduzido na linha média subxifóide onde colocamos um afastador de Nathanson fixado a um braço rígido autoestático. O paciente foi colocado em posição de Semi-Fowler a 45º estando o cirurgião entre as pernas do paciente o auxiliar/câmara à esquerda e o 1º auxiliar à direita. Remoção da peça cirúrgica via Pfannenstiel. A reconstrução em alça única com pancreatojejunostomia ducto-mucosa. Dosamos a amilase sanguínea e do dreno nos POs 1, 3 e 5. A neoadjuvancia foi zero. Critérios de inclusão: (1) neoplasias periampulares; (2) tumores < T3 (American Joint Committee on Cancer 8ª ed. of the TNM staging system in resected pancreatic cancer – AJCC 8); (3) estádio < IIb (AJCC 8). Critérios de exclusão: (1) cirróticos; (2) cardiopatias graves; (3) síndromes respiratórias restritivas (4) idade maior que 80 (5) ASA >3 (ASA Physical Status Classification System).

RESULTADOS

Resultados: 6 mulheres. A média de idade foi 65 anos (48-76anos). O tempo cirúrgico médio foi de 493±43min (552-426min). Tempo de internação 5±1dias (7-4dias). Todos os doentes passaram o POI na UTI. 3 (33%) doentes apresentaram elevação de amilase no PO1 e PO3 sem qualquer repercussão abdominal, todos com boa evolução. Mortalidade zero. Transfusão de hemoderivados zero. Todos os doentes foram extubados ao fim do ato operatório. O nº de linfonodos removidos foi 12±3. 6 adenoca pâncreas; 2 adenoca papila e 1 adenoca duodeno. Tivemos 2 infecções no Pfannenstiel.

CONCLUSÕES

Conclusões: Ainda que uma casuística inicial, a DPMI é uma realidade e grande avanço no tratamento das neoplasias periampulares, especialmente com boa seleção, quando se pretende começa-la. Vale ressaltar, a familiaridade técnica causada pelo nosso grande volume de cirurgias bariátricas nos últimos 20 anos foi essencial para os resultados.