Dados do Trabalho
TÍTULO
INDICAÇAO DO USO DE DRILL PARA TRATAMENTO DE ESTENOSE TRAQUEAL
OBJETIVO
Atualmente, o tratamento de primeira linha para estenose traqueal simples é por via endoscópica, podendo ser realizado a ressecção e anastomose primária. Entretanto, são possíveis, também, alternativas de tratamento, como o uso de um Stent, dilatação mecânica, uso da terapia a laser e a técnica drill, que se baseia na perfuração da estenose em três locais (às 12, 3 e 9 horas) com um aplicador de algodão endoscópico (Karl Storz GmbH & Co.) adaptado, em seguida, tesouras endoscópicas fazer cortes radiais guiados pelas perfurações e, por fim, a dilatação, usando um broncoscópio rígido. Este trabalho objetiva reconhecer a técnica drill como sendo válida ou não para tratamento de estenose de vias aéreas.
MÉTODO
Trata-se de um artigo de revisão, com metodologia a busca ativa de informações nas bases de dados do PMC, MEDLINE e PUBMED. Os descritores utilizados na pesquisa foram: Tracheal stenosis; Endoscopic hand drill. Os critérios de inclusão foram: Artigos publicados em 2014-2019, dos tipos descritivos e intervencionista. Os critérios de exclusão foram artigos de revisão ou artigos que não abordem assuntos discutidos nos objetivos.
RESULTADOS
Os pacientes aptos para o procedimento deveriam estar contraindicados para cirurgia, ter uma estenose de extensão menor que 1cm, não possuir traqueomalácia e não possuir envolvimento da parede traqueal. Foram analisados 6 casos de pacientes submetidos à essa técnica, onde 4 eram homens e 2 eram mulheres. A média da idade é de 46,6 anos, excluindo-se um dos pacientes que era uma criança de 4 anos. Os pacientes tinham entre 2 e 3 reestenoses. Dos 6 casos, em 3 a estenose era na traquéia cervical, 1 na traquéia torácica e 2 tinham estenose subglótica. O tempo operatório médio foi de 10.2 minutos. Obteve-se uma dilatação em média de 4.8 centímetros. Todos os pacientes tiveram resolução completa dos sintomas e sem retorno da estenose em até 28 meses nos casos mais antigos. Essa técnica, além de possuir menores custos, não necessita de equipamentos que podem não ser de fácil disponibilidade, se comparado com o tratamento a Laser e não gera riscos de lesões termais. Além disso, quando comparado com outros instrumentos frios, como a utilização apenas de tesouras, a técnica Drill é mais fácil de executar e mais segura.
CONCLUSÕES
Apesar de poucos casos relatados, a técnica Drill se mostrou útil em pacientes com estenose simples, reduzindo a taxa de recorrência, sendo mais barata em comparação à laser, além de menos arriscada em comparação à técnica com tesouras. Superior pelo curto tempo de operação, sem complicações intra e pós operatórias, bem como sem casos de reestenose. Ressalta-se a necessidade de mais trabalhos serem publicados a respeito desta técnica.
Área
CIRURGIA TORÁCICA
Instituições
UNIFOR - Ceará - Brasil
Autores
João Felipe Carvalho Rodrigues, João Carlos Fechine Machado, Rodrigo Teófilo Parente Prado, Bianca Batista Diniz Freitas, Israel Lopes Medeiros, Lara Poti Nobre