Dados do Trabalho
TÍTULO
COLOCAÇAO DE TUBO “T” DE MONTGOMERY COMO ESTRATEGIA TERAPEUTICA PARA LESOES ESOFAGICAS: RELATO DE CASO
INTRODUÇÃO
As lesões esofágicas traumáticas são incomuns na prática cirúrgica. O reconhecimento oportuno geralmente é difícil nas primeiras horas, quando o reparo cirúrgico possui menor morbimortalidade operatória. O diagnóstico precoce é possível quando do aumento do nível de suspeição, com subsequente emprego de endoscopia digestiva. A intervenção cirúrgica imediata com o reparo primário da lesão geralmente é empregado. Porém, abordagens alternativas como a utilização de próteses esofágicas são cada vez mais utilizadas.
RELATO DE CASO
Apresenta-se caso clínico de paciente masculino, 72 anos, vítima de ingestão acidental de corpo estranho, admitido em emergência de hospital terciário, queixando-se apenas de leve dor torácica retroesternal. Submetido a endoscopia digestiva alta que teve dificuldades durante a remoção, culminando em lesão iatrogênica do esôfago devido às repetidas trações do objeto contra a parede do órgão. Paciente evoluiu com dispneia e enfisema subcutâneo em compartimentos torácico e cervical, levando ao diagnóstico de pneumotórax a direita. Após poucas horas da drenagem pleural fechada, decidiu-se pela abordagem cirúrgica por via toracoscópica que evidenciou lesão complexa de porção distal de esôfago torácico. Em seguida, foi alocado na porção lesionada do esôfago um tubo “T” de silicone, cujo ramo lateral, com passagem através do defeito esofágico, foi acoplado a dreno tubular exteriorizado através da parede torácica. O intuito da prótese foi a drenagem salivar e a cicatrização por segunda intenção do órgão.
DISCUSSÃO
Lesões penetrantes do esôfago são infrequentes, encerrando uma incidência de 11-17%, sendo a maioria devido a lesões por arma de fogo ou arma branca, principalmente em porção cervical. Lesões por ingesta de corpo estranho pérfuro-cortantes ou injúria de natureza iatrogênica por procedimentos endoscópicos não se configuram como regra. O risco maior da lesão desde órgão tubular multicompartimental reside no alto risco de mediastinite e subsequente sepse, determinando alta letalidade. A aplicação de próteses em “T” se mostra como alternativa factível no tratamento cirúrgica do trauma esofágico.
Área
CIRURGIA TORÁCICA
Instituições
Faculdade de Medicina Nova Esperança - Paraíba - Brasil
Autores
José Moreira dos Santos Netto, Felipe Cordeiro Moura de Holanda, Marcela Santos Figueiredo Pontes, Milena da Nóbrega Dias, Nathalia Pinheiro Nascimento, Petrucio Abrantes Sarmento, Robson Prazeres de Lemos Segundo, Victor Fogagnoli Araujo de Almeida