Dados do Trabalho
TÍTULO
APENDAGITE EPIPLOICA: RELATO DE CASO
INTRODUÇÃO
Apendagite Epiplóica (AE) é uma inflamação nos apêndices epiplóicos. Ocorre com maior freqüência entre a segunda e a quinta década de vida, com maior prevalência entre homens. A obesidade é um importante fator de risco. Pode desenvolver-se em qualquer parte do cólon, tendo o sigmóide como a região mais afetada. Pode ser causada por torção ou trombose venosa espontânea de uma drenagem dos apêndices. Manifesta-se com dor abdominal aguda no quadrante inferior esquerdo, e pode apresentar-se com vômitos, diarréia e febre baixa. Em geral, é uma patologia autolimitada. Devido sua baixa incidência e as manifestações clínicas pouco específicas, muitas vezes é mal diagnosticada como abdome agudo inflamatório, principalmente, diverticulite. Entretanto, com o surgimento da Tomografia Computadorizada (TC), a necessidade de cirurgias diagnósticas reduziu, pois este exame possibilitou um diagnóstico preciso, oferecendo uma opção de tratamento conservador. Na TC é visualizada como uma lesão oval paracólica de 1,5 - 3,5 cm de diâmetro com atenuação semelhante à gordura e com alterações inflamatórias circundantes. Como muito cirurgiões não estão familiarizados com a AE, ela pode não ser diagnosticada mesmo após a TC, culminando em cirurgias desnecessárias.
RELATO DE CASO
V.C.S.S., feminino, 52 anos, parda, esteticista, casada, multípara, sem comorbidades ou uso de medicações; apresentou-se à consulta com queixa de dor abdominal contínua com exacerbações em cólica, vômitos (4 episódios) e diarréia (3 episódios) há 6 dias. Houve despertares noturnos devido à dor e antiespasmódicos tiveram pouco sucesso. Negou febre. Ao exame, o abdome era doloroso à palpação do andar inferior, principalmente na fossa ilíaca esquerda. O sinal de Guéneau de Mussy era negativo e os ruídos hidroaéreos diminuídos. Elaboradas hipóteses de diverticulite, ureterolitíase, gastroenterocolite aguda e cisto ovariano roto, foram solicitados: hemograma, urina I, PCR e ultrassom pélvico. Os resultados foram normais. Sendo assim, foi solicitada TC de abdome sem contraste e, a partir do resultado, foi feito diagnóstico de AE. A paciente utilizou antiespasmódicos e após 5 dias tornou-se assintomática.
DISCUSSÃO
A AE é uma entidade rara com da baixa incidência. Possui apresentação clínica inespecífica - dor, náuseas, vômitos, diarréia e ocasionalmente febre - acaba sendo mal diagnosticada e tratada como outras afecções abdominais. Inclui-se aqui o fato da realização de cirurgias desnecessárias. Sendo assim, seu relato é relevante ao passo que fomenta o acervo de informações sobre o tema presentes na literatura, elevando a possibilidade de diagnóstico e evitando tratamentos desnecessários e procedimentos nocivos que podem levar a estresse orgânico, emocional e financeiro nos pacientes afetados.
Área
MISCELÂNEA
Instituições
Universidade de Ribeirão Preto - São Paulo - Brasil
Autores
ISADORA FERREIRA OLIVEIRA, JULIA POSSES GENTIL, VINICIUS MAGALHÃES RODRIGUES SILVA