Dados do Trabalho
TÍTULO
ENXERTO DE GORDURA AUTOLOGO NO TRATAMENTO DE QUEIMADURA POR CHOQUE ELETRICO NA MAO
OBJETIVO
O objetivo deste estudo foi avaliar a lipoenxertia autóloga no tratamento de lesões elétricas na mão, buscando atingir a cicatrização e recuperação funcional, evitando a necessidade de enxertos de pele ou retalhos locais.
MÉTODO
Trata-se de um estudo retrospectivo, que compreende o período de junho de 2014 a dezembro de 2016. Foi feita a revisão de 13 prontuários de pacientes submetidos a enxertia de gordura autóloga no tratamento de choque elétrico de baixa tensão. Foram avaliados o sexo, idade, tempo de cicatrização, região do corpo atingida, número de desbridamento e enxertia de gordura, volume injetado e depositado de gordura, área doadora de gordura, número de enxertos e área doadora de pele.
RESULTADOS
Verificou-se que 69% dos pacientes eram do sexo feminino e 31% do sexo masculino , com idade média de 22 anos. Notou-se que 54% dos pacientes sofreram choque elétrico de baixa tensão em uma das mãos; 15% nas duas mãos e 31% em outras áreas do corpo, além da mão. Não foi necessária a realização de fasciotomia em nenhuma das ocorrências, sendo relatado um episódio de escarotomia. A média de cicatrização foi de 107 dias. Em relação a enxertia de gordura verificou-se que 61,5% dos pacientes submeteram ao procedimento uma única vez; 30,8% duas vezes e 7,7% três vezes, apresentando média de 5,56 mL de volume injetado e 5,85 mL de volume depositado. Em relação aos outros procedimentos realizados, constatou-se que 61,5% submeteram à desbridamentos de duas a três repetições; 23,1% de quatro repetições e 15,4% de cinco a oito repetições, com média de 3,46 repetições. Percebeu-se que 53,8% dos pacientes precisaram de enxertos de pele, sendo o couro cabeludo ou cavo plantar os principais locais doadores, ambos com frequência de 23,1%. Todos os pacientes reportaram atividade normal do membro após o tratamento.
CONCLUSÕES
O uso de retalhos pediculados ou livres para a cobertura de queimaduras causadas por lesões elétricas fornece tecido vascularizado saudável para a cobertura dessas feridas. Recentemente, o tecido adiposo ganhou considerável atenção como fonte de tecido para células estromais mesenquimais, devido ao efeito regenerativo dessas células. O uso de enxertos de gordura para tratamento de queimaduras agudas, feridas crônicas e cicatrizes hipertróficas, garante uma melhora subjetiva as duas primeiras e melhora o aspecto da última, com achatamento e aumento da maleabilidade. No estudo utilizou-se o protocolo de tratamento com desbridamento e lipoenxertia, juntamente com fisioterapia agressiva. Assim, conclui-se que a lipoenxertia autóloga no tratamento de lesões elétricas é uma técnica promissora , haja visto que a maioria dos pacientes curou-se em tempo hábil, com nenhum déficit funcional.
Área
CIRURGIA PLÁSTICA (Inclusive neoplasias malignas de pele)
Instituições
Pontifícia Universidade Católica de Goiás - Goiás - Brasil
Autores
Pedro Freire Guerra Boldrin, Eduardo Aguiar Júnior, Júlia Alves Nascimento Rodrigues, Nelson Sarto Piccolo, Paulo Paula Piccolo