Dados do Trabalho
TÍTULO
ADENOCARCINOMA GASTRICO: IMPORTANCIA DO DIAGNOSTICO E TRATAMENTO PRECOCE COMO ESTRATEGIA CURATIVA
INTRODUÇÃO
Adenocarcinoma gástrico (AG) é o tipo histológico mais comum (mais de 90% dos casos) de neoplasia maligna do estômago. Apesar da sua etiologia ser desconhecida, vários fatores ambientais e individuais estão associados ao aparecimento desse tipo de tumor, como a infecção pelo H. pylori, dieta rica em nitrato, que podem agredir a mucosa gástrica gerando gastrite crônica atrófica (GCA) e metaplasia intestinal (MI). Assim, é importante o conhecimento dos fatores de risco e manifestações clínicas para diagnóstico e tratamento precoces.
RELATO DE CASO
Masculino, 55 anos, natural de Ituverava-SP, previamente diagnosticado com GCA, procura Gastroenterologista com dor epigástrica e piora progressiva, associada a náuseas, sialorreia, dispepsia, emagrecimento e melena. Nega tabagismo. Hábitos alimentares ricos em nitratos, como enlatados e embutidos. Grupo sanguíneo: A positivo. Realizou Endoscopia Digestiva Alta (EDA), que mostrou lesão ulcerada hemorrágica. À biópsia: adenocarcinoma tipo intestinal, ulcerado, em região de corpo/antro. Foco de metaplasia intestinal incompleta de fovéola. Após 2 meses, foi realizada gastrectomia subtotal com gastroenteroanastomose em ”Y” de Roux laparoscópica e toalete ganglionar a D2, dissecados 21 linfonodos sem doença (T2N0M0). Tomografia computadorizada (TC) e PET-Scan de controle sem metástase. Em acompanhamento clínico semestral.
DISCUSSÃO
O AG é a segunda maior causa de morte por câncer no mundo. Na suspeita de AG, através da anamnese e exame físico, EDA e biópsia deverão ser realizadas e as lesões avaliadas com a classificação histológica de Lauren e macroscópica de Bormann. Esta subdivide o AG em 4 tipos, conforme o aspecto da lesão. Segundo Lauren, o AG pode ser subdividido em difuso, que acomete mais indivíduos jovens, apresenta células em anel de sinete, padrão infiltrativo, apresentando pior prognóstico. E o tipo intestinal, que acomete mais homens, idosos, tendo relação com a GCA e MI. Este é mais comum e tem melhor prognóstico. A TC de abdômen e tórax, com contraste, deve ser realizada para estadiamento adequado. Com intenção curativa, executa-se ressecção da lesão com margens livres e linfadenectomia à D2. A extensão depende do local e tamanho do tumor. Quando em terço distal do estomâgo, é feita gastrectomia subtotal em “Y” de Roux e quando proximal, gastrectomia total e esofagojejunostomia em “Y” de Roux. A via laparoscópica favorece ingesta oral precoce, diminui internação e influencia na morbimortalidade. O tratamento endoscópico pode ser indicado para tumores diferenciados, sem ulceração, com grau de invasão T1a e diâmetro menor ou igual a 2 centímetros. A gastrectomia profilática pode ser recomendada em portadores de mutação genética do gene CDH1 (caderina-E), para prevenir a morte por carcinoma invasivo. O estadiamento deve ser feito pelo sistema TNM, no qual, no pós operatório, N deve avaliar no mínimo 15 linfonodos para indicar o prognóstico e guiar terapia adjuvante, na tentativa de modificar a história natural da doença.
Área
ESTÔMAGO E DUODENO
Instituições
Centro Universitário de Patos de Minas - Minas Gerais - Brasil
Autores
Renata Almeida Chaebub Rodrigues, Gláucio Tasso de Carvalho Junior, Luciana Almeida Chaebub Rodrigues, Caroline Domingos Pierazzo, Daniela Arbache Paulino, Rafael Pallerosi de Figueiredo, Carlos Alfredo Salci Queiroz, Juverson Alves Terra Junior