Dados do Trabalho
TÍTULO
LESAO ESOFAGICA POR CORPO ESTRANHO
INTRODUÇÃO
As lesões esofágicas são lesões de baixa ocorrência, no entanto possuem grande potencial de mortalidade, sobretudo quando há o diagnóstico tardio. Tais lesões apresentam mortalidade que variam de 10-25% quando diagnosticadas nas primeiras 24 horas e de cerca de 40-60% quando ocorrem após esse período. Normalmente, as lesões esofágicas ocorrem após procedimentos endoscópicos (sejam eles diagnósticos ou terapêuticos). Outras causas descritas são: ruptura espontânea, trauma, ingestão de corpo estranho, tumores, ingestão de substâncias cáusticas, esofagite severa, lesão por medicamento retido e intubação endotraqueal difícil.
RELATO DE CASO
Paciente, J.V.R., 74 anos, HAS, engoliu osso de galinha dia 10fevereiro 2018. Procurou atendimento médico no dia seguinte devido dor torácica e dispnéia em hospital de referência em trauma de Fortaleza-CE. Neste mesmo dia, foi submetido à Tomografia de tórax que evidenciou corpo estranho com densidade óssea. Tal objeto foi retirado por endoscopia digestiva alta, dia 12, na qual foi visto perfuração em terço distal esofágico. Em nova tomografia de tórax foi observado extenso derrame pleural e pneumotórax, sendo realizada drenagem torácica à direita.
Paciente evoluiu com piora dos parâmetros clínicos devido empiema pleura. Com isso, foi submetido à decorticação pulmonar por pleuroscopia dia 15 de fevereiro mantendo-se drenagem torácica. Paciente evoluiu com quadro de mediastinite tendo sido necessária transferência para UTI , onde foi submetido à intubação orotraqueal e uso de antibióticos (meropenem e linezolida). Permaneceu na UTI durante oito dias. Retornando à enfermaria dia 24 de fevereiro.
Na volta à enfermaria, paciente permaneceu alimentando-se por meio de SNE e em uso de antibióticos. Paciente permanecia com drenagem de secreção purulenta pelo dreno torácico mesmo que pequeno volume que impossibilitava a retirada do mesmo. Diversas vezes foi tentado realimentar o paciente via oral, porém sem sucesso. Sempre ao tentar, havia exposição da mesma pelo dreno torácico.
Em meados de março, foi discutido caso com o cirurgião torácico e endoscopista a possibilidade da passagem de prótese esofágica. Dia 21 de março foi realizada passagem da prótese. Após passagem da mesma.
Após boa aceitação da dieta via oral e recuperação de seu status clínico, paciente recebeu alta hospitalar. Retornou no dia 30 de abril para retirada da prótese endoscópica. Dia 02 de maio, foi realizado esofagograma que não apresentou extravasamento do contraste. Mostrando a resolução do quadro da fístula esôfago-pleural.
DISCUSSÃO
As particularidades das lesões esofágicas não permitem uma padronização de tratamento. Casos assim podem ser conduzidos cirurgicamente ou conservadoramente. Pacientes tratados conservadoramente devem ser tratados com restrição alimentar via oral, nutrição parenteral ou enteral, antibioticoterapia de amplo espectro associado à monitorização intensiva. Quanto ao tratamento cirúrgico, vai depender da localização, tempo e extensão da lesão.
Área
TRAUMA
Instituições
Instituto Doutor José Frota - Ceará - Brasil
Autores
George Lucas Vieira Florêncio, Barbara de Oliveira Brito Siebra, Samuelson Hugo Félix Maia, Ramiro Rolim Neto, Ivens Filizola Soares Machado, Lucyano Rocha da Silva Ferraz