Dados do Trabalho


TÍTULO

A UTILIZAÇÃO DO MÉTODO SURGERY CONTROL EM FERIMENTOS DE ARMA DE FOGO COM PERFURAÇÃO HEPÁTICA.

INTRODUÇÃO

A violência vem crescendo de forma exponencial em nosso país, representada por crianças e adolescentes, principalmente do sexo masculino, que entram para o mundo do crime cada vez mais jovens, o Brasil é um dos países da America latina que se destaca por apresentar altos índices de acidentes por arma de fogo, sejam eles intencionais ou não.

RELATO DE CASO

Paciente do sexo masculino, 18 anos, natural de Boa Vista-RR deu entrada no PSFE no dia 18/12/18, vítima de ferimento por arma de fogo com orifícios em dorso próximo a linha axilar posterior a direita e a esquerda (sem saída), coluna lombar na altura de L4/L5, topografia da crista ilíaca direita , glúteo direito e face posterior do braço esquerdo. O mesmo evoluiu em MEG, apresentando, choque hipovolêmico , desorientado e agitado. Apresentava ainda edema com equimose em zona 2 do pescoço à direita. A auscuta respirátoria encontrava-se abolida à esquerda e macicez à percussão. Normal à direita. Abdome flácido e depressível, sem sinais de irritação peritoneal. Solicitado avaliação da cirurgia de cabeça e pescoço e cirurgia vascular, mesmo sem imagem, devido a instabilidade hemodinâmica, foi decidido pela toracostomia e selo d’água do paciente, o e- fast realizado na sala de trauma evidenciou hemotórax a esquerda e liquido livre no abdome e no espaço de morrissom e subfrênico no domus hepático. Na cervicotomia exploradora, identificado hematoma no nível V (não expansível e sem sangramento ativo) e abertura do espaço vascular, mas não se identificou lesão. A laparotomia exploradora lesão diafragmática próximo da transição do segmento VII para o VIII + lesão hepática transfixante. Hematoma de zona II, não expansivo e não pulsátil. Não foi identificado sangramento ativo. Foi deixado Gelfoan nas lesões hepáticas

DISCUSSÃO

Existe dois métodos de abordagens diferentes nas lesões hepáticas, o conservador e o cirúrgico; que serão utilizados a depender do tipo de trauma, que pode ser fechado ou aberto. Os fechados, são cada vez mais abordados conservadoramente com técnicas menos invasivas, sejam elas por CPRE ou angiografia com embolização arterial. Nos traumas abertos/penetrantes com pacientes hemodinamicamente instáveis como o caso em questão ,ainda emprega-se a laparotomia como método de escolha. Atualmente existe um termo em ascensão relacionado ao tratamento das lesões hepáticas abertas, a chamada cirurgia faseada, que se baseia no controle da tríade letal (coagulopatia, hiportermia e acidémia) o chamado “damage control surgery”, que é direcionado a limitação do dano, prevenção da hemorragia e da infecção. A cirurgia “damage control” se inicia com o rápido parking dos quatro quadrantes abdominais, este momento torna-se mais favorável para contenção da hemorragia facilitando a ressuscitação e melhorando a sobrevida.

Área

TRAUMA

Instituições

HOSPITAL GERAL DE RORAIMA - Roraima - Brasil

Autores

Helder Teixeira grossi, Ana Paula Magalhães Souza, Givaggo Henrique Rodrigues da Silva, Marcelo Santos da Silva, Hikaro Vinicius Galvão Dantas, Pedro Gomes Lins de Carvalho, Igor Moura Soares, Hyury César Barros de Oliveira