Dados do Trabalho


TÍTULO

EVOLUÇAO DAS PANCREATECTOMIAS MINIMAMENTE INVASIVAS EM UMA UNICA EQUIPE DE CIRURGIA GERAL, DURANTE 17 ANOS.

OBJETIVO

Objetivo: A pancreatectomia distal videolaparoscópica ou minimamente invasiva (PDMI) é considerada a técnica de escolha no tratamento de lesões pancreáticas benignas primárias e uma alternativa em pacientes selecionados com lesões malignas. Nosso objetivo foi avaliar a evolução e os resultados das PDMI de uma única equipe cirúrgica.

MÉTODO

Método: estudo descritivo, retrospectivo e observacional de uma série de 46 doentes submetidos à PDMI pela mesma equipe cirúrgica e anestésica no período compreendido entre janeiro de 2002 a março de 2019. Dividimos os doentes em 3 grupos conforme a evolução técnica empregada. Grupo 1 (2002-2008): Utilizamos a técnica com 6 trocateres; bisturi harmônico; pneumoperitôneo de 15mmHg; paciente em posição 0º com apoio em dorso esquerdo deixando-o levemente em lateral direito; estando o cirurgião entre as pernas do paciente o auxiliar/câmara à esquerda e o 1º auxiliar à direita. Remoção da peça cirúrgica por Pfannenstiel. Grupo 2 (2008-2014): Utilizamos a técnica com 5 trocateres sendo um de 5mm introduzido na linha média subxifóide onde colocamos um afastador de Nathanson fixado a um braço rígido autoestático; bisturi harmônico; pneumopetirôneo de 13mmHg; posição do paciente e da equipe a mesma. Grupo 3 (2014-2019): Utilizamos a técnica com 4 trocateres com afastador de Nathanson fixado a um braço rígido autoestático; pneumoperitôneo 12mmHg; bisturi de energia bipolar avançada; paciente em posição de Semi-Fowler a 45º o restante igual.

RESULTADOS

Resultados: Grupo 1 – 12 doentes (8 mulheres). A média de idade foi 52±8anos (39-65anos). Preservação esplênica 4 doentes. O tempo cirúrgico médio foi de 490±44min (554-384min). Tempo de internação 10±5dias (6-23dias). Transfusão de hemácias 0,42±0,7 unidades. Morbidade 41%. Fístula 3 doentes. Grupo 2 – 18 doentes (12 mulheres). A média de idade foi 53±12anos (31-72). Preservação esplênica 11 doentes. O tempo cirúrgico médio foi de 417±51min (540-324min). Tempo de internação 5±1,5dias (3-8dias). Transfusão de hemácias 0,1±0,5 unid. Morbidade 17%. Grupo 3 – 16 doentes (15 mulheres). A média de idade foi 57±14anos (31-78anos). Preservação esplênica 14 doentes. O tempo cirúrgico médio foi de 300±40min (386-246min). Tempo de internação 3,7±0,5dias (4-3dias). Transfusão de hemácias zero. Morbidade 6,25%. Fístula em 1 doente. A mortalidade de todos os grupos foi zero. Apenas no grupo 1 houveram 3 conversões.

CONCLUSÕES

Conclusões: A análise mostra uma nítida melhora dos resultados com os anos, incluindo as mudanças técnicas, menor tempo cirúrgico, menor tempo de internação, menor sangramento traduzindo menor necessidade de transfusão e a menor morbidade seguramente por melhorar a técnica de dissecção pancreática. Nossos resultados corroboram os resultados de outros autores em que a experiência do cirurgião em realizar procedimentos > 15 reduz significativamente o risco de conversão (Surgery. 2017 Nov;162(5):1040-1047). Nossa vivência ampla com a cirurgia bariátrica ajudou sobremaneira a evolução técnica.

Área

VIAS BILIARES E PÂNCREAS

Instituições

Instituto de Cirurgia do Aparelho Digestivo e Obesidade - ICAD Goiania - Goiás - Brasil

Autores

Leonardo Emilio Da Silva, Ronaldo Elias Carnut Rego, Geraldo Santana Xavier Nunes Neto, Naiza Murielly Pereira Borges, Marianna Lino Alcântara, Maria Paula Bessa De Freitas , RICARDO VIEIRA Teles Filho , TALYSSA JUNQUEIRA Arantes