TÍTULO

PAPEL DO SHUNT TRANSJUGULAR INTRA-HEPATICO PORTOSSISTEMICO (TIPS) E DA ABORDAGEM CIRURGICA NA HEMORRAGIA DIGESTIVA ALTA VARICOSA

OBJETIVO

Identificar o papel do Shunt Transjugular Intra-Hepático Portossistêmico (TIPS) e da abordagem cirúrgica no tratamento da Hemorragia Digestiva Alta (HDA) varicosa, estabelecendo o fluxo de esquema terapêutico disponível na abordagem emergencial deste quadro e analisando as condições clínicas que direcionam a escolha de cada procedimento.

MÉTODO

O presente trabalho foi realizado através de uma revisão bibliográfica que reuniu oito periódicos, nos idiomas: português e inglês do período de 2001 a 2018, disponíveis nas bases de dados do Scielo, PubMed e ScienceDirect.

RESULTADOS

Um terço das mortes secundárias à cirrose hepática com hipertensão portal se deve à rotura e ao sangramento das varizes esofágicas. A terapêutica endoscópica associada à farmacoterapia é resolutiva no controle da hemorragia em mais de 90% dos casos. Entretanto, nos casos onde ocorre falha terapêutica, sendo mais frequente em pacientes com função hepática descompensada, a utilização do TIPS através da radiologia intervencionista é o procedimento padrão e tem como principal vantagem a menor morbimortalidade quando comparado aos shunts realizados por via cirúrgica. Outrossim, no tratamento de resgate de pacientes cirróticos a utilização do TIPS possibilita controle imediato de sangramento em mais de 90% dos casos e nos pacientes Child B, Child C com sangramento ativo e gradiente de pressão da veia hepática ≥ 20mmHg. O uso dessa técnica nas primeiras 72h melhora os resultados no controle de sangramento e mortalidade quando comparado com as demais opções terapêuticas. Contudo, o TIPS e a criação de derivações portossistêmicas cirúrgicas apresentam taxas de complicações de 10% a 30%, dentre elas a encefalopatia hepática, a hemorragia intra-abdominal e a morte. Ademais, o TIPS pode não estar imediatamente disponível fora de centros especializados. O tratamento cirúrgico tem sido reservado para os casos refratários às medidas clínicas, endoscópicas e endovasculares. Em pacientes cirróticos, as derivações portossistêmicas calibradas (portocava e mesocava) são os shunts mais utilizados em situações emergenciais e têm como vantagem o controle eficaz da hemorragia com menor índice de encefalopatia hepática e menor deterioração da função hepática em longo prazo, além disso, essas técnicas também podem ser empregadas em casos refratários sem outras opções terapêuticas.

CONCLUSÕES

O TIPS tem como principal vantagem a menor morbimortalidade quando comparado aos shunts cirúrgicos e é utilizado quando os tratamentos endoscópicos e a farmacológicos não são resolutivos. Todavia, em pacientes com alto risco de falha terapêutica, seu uso precoce é importante no controle do sangramento e da mortalidade. Enquanto isso, a abordagem cirúrgica é reservada para os casos em que a administração das medidas clínicas, endoscópicas e endovasculares forem refratárias.