Dados do Trabalho


TÍTULO

CORRELAÇAO DO DIAMETRO DA GASTROENTEROANASTOMOSE E POUCH COM REGANHO DE PESO APOS BYPASS GASTRICO EM UM CENTRO DE EXCELENCIA

OBJETIVO

Há uma discussão na literatura da cirurgia bariátrica que diâmetro da gastroenteroanastomose e o pouch dilatados são fatores cirúrgicos anatômicos que podem contribuir para perda da saciedade e consequentemente um excessivo reganho de peso no pós-BGYR. A avaliação desses fatores pode ser realizada através da Endoscopia Digestiva Alta em diferentes momentos pós cirúrgicos. A questão permanece em torno se seriam esses fatores anatômicos relevantes no reganho de peso, pois sabe-se que a manutenção ponderal ainda é um desafio enfrentado pela equipe multidisciplinar no seguimento da cirurgia bariátrica.
Isto posto, o presente estudo tem como objetivo correlacionar o tamanho do diâmetro da gastroenteroanastomose e pouch gástrico com o reganho de peso pós cirurgia bariátrica tipo BGYR em um Centro de Excelência.

MÉTODO

Estudo transversal observacional com 55 pacientes submetidos ao bypass gástrico em Y-de-Roux nos anos de 2010 a 2012. As variáveis analisadas foram: idade, sexo, peso e IMC (pré-operatório, 3º mês, 1º ano e 5º ano ano pós-operatório), diâmetro da gastroenteroanastomose e tamanho do pouch gástrico (3º mês, 1º e 5º ano pós-operatório).

RESULTADOS

Ao total, 319 pacientes realizaram Gastroplastia para Obesidade Mórbida por Videolaparoscopia no período de 2010 a 2012. Desses, foram excluídos 264 por não preencherem os critérios de inclusão. Foram 45 mulheres (81,82%) e 10 homens (18,18%), com idade média 43,83±11,81 anos. O peso e IMC médios foram, respectivamente, 109±19,09 kg e 40,97±5,03 kg/m² no momento da operação. Após 1 ano da cirurgia, o peso e IMC médios foram para 74,11±14,10 kg e 27,89±4,40 kg/m². Do 1º ao 5º ano, 42 (76,36%) pacientes reganharam peso, com média de 11,47±10,00 kg. Reganho ponderal entre 20-49,9% ocorreu em 22 pacientes (52,38%). O presente estudo demonstrou uma variação de IMC de 13,08 kg/m², quando comparado com o valor pré-BGYR e o primeiro ano pós-BGYR, evidenciando a eficácia do tratamento cirúrgico. Além disso, não foi verificado correlação entre o aumento do diâmetro da gastroenteroanastomose e o reganho de peso do primeiro ao quinto ano após BGYR com os diferentes grupos pré-estabelecidos (na faixa < 20%, entre 20-49,9% e ≥ 50%); 

CONCLUSÕES

O bypass gástrico em Y-de-Roux é um tratamento eficaz visando à perda de peso e resolução das comorbidades a longo prazo, entretanto, o reganho de peso pode ocorrer no pós-cirúrgico tardio. Alguns fatores cirúrgicos podem estar relacionados ao reganho ponderal, como o diâmetro da gastroenteroanastomose e o tamanho do pouch gástrico. Neste estudo, tais fatores não tiveram correlação estatística com o reganho de peso. Portanto, existem outros determinantes que possam interferir no reganho de peso: biológicos, sociais, comportamentais e psicológicos.

Área

CIRURGIA DA OBESIDADE - METABÓLICA

Instituições

hospital nossa senhora da conceicao - Santa Catarina - Brasil

Autores

amanda dos santos chagas, camila mafalda mouta campos, thamy santos, ricardo reis do nascimento, rayssa pra buss, jaime cesar gelosa, eduardo guarezi calegari, matheus silva pacheco reis