Dados do Trabalho


TÍTULO

TRATAMENTO NAO OPERATORIO DAS LESOES CONTUSAS DO BAÇO: AVALIAÇAO DO CONHECIMENTO DOS RESIDENTES EM CIRURGIA GERAL

OBJETIVO

O baço é o órgão mais susceptível a lesões graves trauma abdominal contuso, associadas a significativa morbidade e mortalidade. O tratamento das lesões esplênicas evoluiu muito com mudança de uma abordagem estritamente cirúrgica para outra conservadora. Logo, é fundamental que o cirurgião tenha conhecimento a respeito desta terapêutica, a fim de estar habilitado a tomá-la sempre que couber. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar o conhecimento de residentes em Cirurgia Geral sobre as medidas que envolvem o tratamento não operatório (TNO) das lesões contusas do baço.

MÉTODO

Trata-se de um estudo transversal, realizado no período de dezembro de 2016 a março de 2017. Foram estudados, prospectivamente, residentes em Cirurgia Geral de dois serviçoes na cidade de Passo Fundo-RS, através da aplicação de um questionário que avaliou seu conhecimento sobre elegibilidade de pacientes para TNO das lesões esplênicas contusas, sua aplicação e seguimento. A amostra foi composta por 27 participantes, cujos dados foram analisados em programa estatístico e compilados em forma de artigo científico.

RESULTADOS

A maioria dos residentes estava cursando o primeiro ano de residência (77,8%). Grande parte esteve presente em algum tratamento de lesão traumática de baço (70,4%), porém 55,6% acompanharam menos que cinco casos ao ano. 59,3% já acompanharam casos de TNO. Contudo, 74,1% não assistiram a nenhuma aula sobre o tema durante a residência médica; e 59,3% não assistiram a nenhuma sobre trauma abdominal. 51,9% tem conhecimento da escala de lesão esplênica da “American Association for The Surgery of Trauma”, e um total de 70,4% acredita que a Tomografia Computadorizada (TC) com contraste é o melhor exame de imagem para a caracterização da lesão esplênica. A estabilidade hemodinâmica mostrou-se o principal quesito relatado para a continuidade desse tratamento (88,9%) e 59,3% dos entrevistados acredita que o grau da lesão é indispensável no seguimento dos pacientes. Equipe cirúrgica 24 horas foi acreditada por 55,6% como essencial para a implementação de TNO. Por outro lado, a 59,3% e 63%, respectivamente, acredita que a caracterização da lesão por TC e o serviço de hemoterapia disponível 24 horas são dispensáveis na implementação dessa conduta. 81,5% dos residentes acredita que não se pode realizar TNO em lesões contusas grau V hemodinamicamente estáveis.

CONCLUSÕES

Ainda que as lesões contusas de baço sejam frequentes, o conhecimento teórico e prático dos residentes em Cirurgia Geral sobre seu manejo mostrou-se débil. Portanto, é necessário que seu estudo seja fomentado, o ensino aprimorado e que protocolos sejam implantados para garantir uma formação de qualidade e uma conduta adequada.

Área

TRAUMA

Instituições

UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

Patricia Aline Ferri Vivian, André Luiz Tessaro, Douglas Acosta Lemos, Gabriel Rodiguero, Lucas Duda Schmitz, Juarez Antonio Dal Vesco, Jorge Roberto Marcante Carlotto