Dados do Trabalho


TÍTULO

CRANIOTOMIA DESCOMPRESSIVA: UMA REVISÃO DE INDICAÇÕES E TÉCNICAS

OBJETIVO

Revisar as principais técnicas envolvidas na abordagem cirúrgica para o tratamento da hipertensão endocraniana, assim como as indicações para essa cirurgia.

MÉTODO

Esta revisão de literatura foi baseada na pesquisa das palavras chaves: craniotomia, indicações, técnicas e, nas seguintes plataformas: PubMed, LILACS e MEDLINE, foram selecionados artigos entre 2004 e 2014.

RESULTADOS

A maioria das medidas clínicas para tratamento da Hipertensão Intracraniana (HIC) atua no compartimento sanguíneo intracraniano. A autorregulação cerebral precisa estar intacta para que tais medidas, como hiperventilação, solução hipertônica ou manitol, exerçam seu efeito. A refratariedade da HIC às medidas clinicas é um achado indireto de perda da autorregulacao, ou seja, ocorre Brain Swelling ou tumefação cerebral. A Craniotomia Descompressiva (CD) está indicada nos casos de BS, seja ele bilateral (Marshall III) ou unilateral (Marshall IV). Entretanto evitamos essa abordagem em casos com evidências de lesões irreversíveis, Escala de Coma de Glasgow com 3 pontos e ausência de reflexos no tronco encefálico. Em relação à técnica operatória não há divergências. A craniotomia é ampla, com mais de 12 cm de diâmetro, com remoção dos ossos frontal, parietal, temporal e escama do occipital. Existe dois tipos incisionais bem estabelecidos: incisão de Becker (ponto de interrogação invertido), prática, rápida, com boa exposição do crânio, permitindo craniectomia basal da fossa média, porém pode haver necrose do couro cabeludo, ou pode-se optar pela incisão em “T”, afim de evitar necrose do couro cabeludo mas, detectou-se desvantagem nessa técnica, pois obriga-se a incisão da pele sem o osso subjacente no eixo vertical da incisão. Há 3 opções para lidar com osso proveniente da CD: a primeira é descarta-lo, a segunda é criar uma incisão abdominal subcutânea e armazená-lo nesse tecido até o momento da cranioplastia, e a terceira forma é preservar o osso num banco de tecidos. Descartando-se o osso, a opção é usar uma malha de titânio ou cimento de metilmetacrilato, o que não é estético e se torna muito mais caro do que usar o próprio osso do paciente. Colocar o osso na cavidade abdominal é aceitável, mas há o risco de remodelamento ósseo o que é comum e, manter o osso congelado num banco de ossos, apresenta bons resultados estéticos, além de não correr o risco de remodelamento, sendo esta a técnica com melhores resultados na cranioplastia.

CONCLUSÕES

Diante dos resultados obtidos reafirmamos que o procedimento cirúrgico em questão só se faz necessário após intervenções mais conservadoras serem aplicadas sem sucesso. Isso ocorre prioritariamente em pacientes que estão com autorregulação cerebral comprometida. Entretanto a medida cirúrgica será ineficaz em casos de Glasgow 3, tronco encefálico sem resposta e lesões irreversíveis. Ademais, a técnica e o manejo ósseo mais utilizado que apresenta maior aceitação e melhores resultados é a incisão de Becker com congelamento ósseo.

Área

CIRURGIA CABEÇA E PESCOÇO

Instituições

Centro Universitário Tiradentes - Alagoas - Brasil

Autores

Leticia Lima Oliveira, Franciele Avely Sá Maciel Ferreira, Monike Emillie Almeida Carvalho, Joao Pedro Matos Santana, Marcus Reis Gonçalves, Juliana Lima Medeiros, Maria Eduarda Freitas Melo, Josemar Lélis Souza Junior