TÍTULO

Transformação Nodular Angiomatóide Esclerosante do Baço: relato de caso e revisão da literatura

INTRODUÇÃO

A Transformação Nodular Angiomatóide Esclerosante do Baço (sigla em inglês - SANT) é uma patologia benigna vascular e rara, descrita pela primeira vez em 2004, com menos de 200 relatos na literatura, entretanto por ser uma patologia com descrição recente, sua incidência permanece incerta. A maioria dos SANT são assintomáticos e sua apresentação decorre de um achado acidental em exames de rotina ou de investigação de outras patologias; os casos sintomáticos manifestam-se por dor abdominal decorrente da esplenomegalia. O diagnostico pré operatório para distinção de patologias malignas não é fácil, uma vez que métodos para obter amostra para análise histopatológica são dotados de risco, como sangramento em punções percutâneas, e portanto, a abordagem laparoscópica para esplenectomia tem sido o diagnostico e tratamento considerado padrão para esta patologia. Este trabalho objetiva-se a relatar um caso de SANT sugerido por exames de imagens pré operatórios e confirmado após esplenectomia laparoscópica e realizar uma breve revisão literaria.

RELATO DE CASO

Paciente masculino, 39 anos, apresentou-se ao Serviço de Cirurgia Geral do Hospital Central do Exército com queixa de dor, de intensidade leve em hipocôndrio direito e constipação crônica. Durante investigação prévia foi submetido à tomografia que evidenciou formação expansiva no baço, isodensa ao parenquima, hipocaptante ao meio de contraste, contendo calcificações grosseiras de permeio, mensurada em 8,8 cm em seu maior eixo, de aspecto inespecífico. Optamos por acompanhamento radiológico e prosseguir investigação de dor abdominal, tendo obtido colonoscopia sugestiva de ileíte inespecifica. Ressonância Magnetica de Abdome evidenciou formação esplênica expansiva lobulada com sinal hipointenso em T2 e isointenso em T1, com limites bem definidos, medindo 7,8 x 6,6 x 6,4 cm, de aspecto inespecifico ao estudo portem descrita como provável transformação nodular angiomatoide esclerosante. Após discussão com o paciente, optou-se pela realização da esplenectomia laparoscópica. Paciente submetido ao procedimento cirúrgico sem intercorrências e com boa recuperação. À análise macroscópica do baço o mesmo pesava 280 gramas (13 x 9x 5,5 cm), apresentando superfície de corte acastanhada com áreas esbranquiçadas de limites irregulares, a maior com focos de calcificação medindo 2,3 x 2,1 cm. À microscopia: áreas de parenquima preservado e áreas nodulares fundidas com neoformacao de vasos de padrão capilar nas regiões centrais com endotélio típico; na periferia misto de fibrose, esclerose, focos de calcificação, celular inflamatórias e focos de hemosiderose; ausência de sinais de malignidade. Para complementação patológica realizou-se imunohistoquimica cujo conjunto de achados foram consistentes com SANT.

DISCUSSÃO

Por ser uma patologia rara e recentemente descrita, deve ter seu diagnostico diferenciado entre as demais lesões vasculares, e deve ser discutido o beneficio cirúrgico de sua abordagem, sendo a laparoscopia o método de escolha.