Dados do Trabalho


TÍTULO

TUMOR DO ESTROMA GASTROINTESTINAL (GIST) DE JEJUNO – RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

O GIST é o tumor de origem mesenquimal mais comum do trato gastrointestinal. São lesões subepiteliais, geralmente achados incidentais, que acometem com maior frequência o estômago, e mais raramente intestino delgado e reto. O objetivo deste foi relatar o caso de um paciente portador de GIST de intestino delgado (jejuno), um local raro de acometimento deste, tratado com sucesso em hospital público de Belo Horizonte em Minas Gerais.

RELATO DE CASO

J.F.C., 71 anos, masculino, apresentando quadro de dor e massa abdominal, associado a disúria, algúria, de início há um ano. Negou perda ponderal. Solicitado TC de abdome e pelve em 30/05/2018 que evidenciou massa retrovesical e supra-prostática de 12,5 x 9,9 x 7,6 cm, ovalada, heterogênea, densidade predominantemente líquida, com paredes espessadas, com realce pelo contraste, sem plano de clivagem bem definido com alças intestinais ileais. Exames laboratoriais evidenciando CEA de 4,9 e CA 19.9 de 32,89. Admitido na Santa Casa BH em 17/10 e realizado laparotomia exploradora em 19/10 que foi evidenciado grande massa tumoral originada de segmento de jejuno, com invasão da transição de retossigmoide e parede posterior da bexiga, associado ainda à duas lesões no epíplon, sugestivas de implante secundário. Realizado ressecção tumoral em bloco associado cistectomia parcial e retossigmoidectomia à Hartmann. Encaminhado ao CTI em pós-operatório imediato, permanecendo por 10 dias, encontrando-se em condições de alta hospitalar no 15° DPO. Estudo anatomopatológico evidenciou presença de células fusiformes, sugestivas de GIST, sendo solicitado imunohistoquímica com expressão dos genes Ki-97, CD117 e MIB1, compatíveis com tumor do estroma gastrointestinal, com índice de proliferação mitótica de cerca de 5%. Realizou tomografias de estadiamento para complementação medicamentosa com Imatinibe, porém foi visualizado lesão de 7,4 cm no maior eixo no segmento V do fígado, com proposta atualmente de tratamento medicamentoso por 3 meses e nova propedêutica para posterior hepatectomia segmentar e reconstrução de trânsito intestinal.

DISCUSSÃO

Embora constituam as neoplasias mesenquimatosas mais comuns do trato gastrintestinal, os GISTs são raros. Podem se apresentar desde tumores indolentes a neoplasias agressivas. A unidade progenitora dos GISTs é uma célula intersticial do intestino, conhecidas como células de Cajal, que expressam na parede um receptor conhecido como KIT, responsável pela proliferação, adesão e apoptose. Em virtude de algumas mutações, ocorre alteração na proteína tirosina quinase que estimula a fase proliferativa e inibe a apoptose, expressando o c-KIT (CD117), resultando na doença. A ressecção cirúrgica é o principal tratamento do GIST, e em casos avançados, é necessária complementação com Imatinibe. O presente caso foi abordado de forma rápida, com ressecção cirúrgica conforme na literatura, apesar da extensão tumoral, resultando em resultados satisfatórios e a eficácia terapêutica depende exclusivamente do comportamento tumoral.

Área

INTESTINO DELGADO

Instituições

SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE BELO HORIZONTE - Minas Gerais - Brasil

Autores

RODOLFO KALIL DE NOVAES SANTOS, ANA ELISA SANTOS DUARTE, FÁBIO PIMENTEL MARTINS, FERNANDA RODRIGUES DO ESPÍRITO SANTO, GUILHERME AUGUSTO NUNES CORREIA LIMA, JOSÉ REINALDO RIBEIRO DE QUEIROZ JÚNIOR, JULIANO PAIVA BARBOSA, MELISSA PEREIRA DE OLIVEIRA