Dados do Trabalho


TÍTULO

EPIDEMIOLOGIA E FATORES DE RISCO PARA RECIDIVA APOS CIRURGIA DE HERNIA INGUINAL VIDEOLAPAROSCOPICA EM UM UNICO SERVIÇO DE CIRURGIA GERAL, ANALISE DE 12 ANOS.

OBJETIVO

A recidiva após a cirurgia de hérnia inguinal é um problema clínico considerável, e vários fatores de risco de recorrência, como técnica cirúrgica, re-recorrência e história familiar, foram identificados. O objetivo do nosso estudo foi descrever as características epidemiológicas da recorrência de hérnia inguinal tratada por videolaparoscopia, bem como investigar os fatores de risco relacionados ao paciente, levando à recidiva após a cirurgia de hérnia inguinal.

MÉTODO

estudo descritivo, retrospectivo e observacional de uma série de 44 doentes com recidiva de hérnia inguinal operados todos por videolaparoscopia, nenhum pela técnica de TEP("total extraperitoneal patch plasty") e todos submetidos ao tratamento laparoscópico da recidiva pela técnica TTPA("transabdominal preperitoneal patch plasty") pela mesma equipe cirúrgica no período compreendido entre janeiro de 2007 a março de 2019.

RESULTADOS

A média de idade foi de 44±12anos. A maioria foram homens 90% (40). A taxa global de reoperação da hérnia inguinal foi de 4,5% e subdividida em hérnias inguinais indiretas e hérnias inguinais diretas, com taxas de reoperação de 2,2% e 6%, respectivamente (p <0,001 - qui-quadrado). Destes doentes reoperados, 33 (75%) foram doentes operados em outro serviço. Sexo feminino, hérnias inguinais diretas no procedimento primário; operação re-recorrente e tabagismo foram fatores de risco para recidiva após a cirurgia de hérnia inguinal. Em 18 (41%) doentes ficou evidente que o tamanho da tela empregada na primeira cirurgia foi insuficiente para a cobertura do defeito herniário. Para nossa surpresa, em 3 doentes (7%) não foi feita a reparação do defeito herniário. Em 4 doentes houve a migração tela para cavidade abdominal. Em 2 doentes as telas estavam dobradas sendo que em 1 doente houve recidiva como hérnia femoral; Tivemos 3 doentes com dor inguinal pós-operatória que necessitou tratamento medicamentoso e houve resolução com neurologista. A mortalidade foi zero.

CONCLUSÕES

Os dados mostraram que os fatores de risco técnicos relacionados a avaliação criteriosa do tamanho da tela a ser empregada assim como fatores de risco não técnicos (como tabagismo, sexo feminino e hérnias diretas) têm grande impacto no risco de recorrência após a cirurgia de hérnia inguinal. A razão pela qual as hérnias inguinais recorrem é mais provavelmente multifatorial e reside na extensão de fatores de risco técnicos e não técnicos relacionados ao paciente e é possível que os diferentes subtipos de hérnia inguinal tenham fisiopatologia diferente.

Área

PAREDE ABDOMINAL

Instituições

Instituto de Cirurgia do Aparelho Digestivo e Obesidade - ICAD Goiânia - Goiás - Brasil

Autores

LEONARDO EMILIO DA SILVA, MAXLEY MARTINS ALVES, CAROLLYNE RODOVALHO GUERRA CARNEIRO, MARIA FLÁVIA VAZ DE OLIVEIRA, ANDRESSA MARIANE BORBA LIMA, CRISTAL GEOVANA BARUFF BRITO E CUNHA, RODRIGO BARCELOS FERREIRA DE CARVALHO, CAMILA BOCCHI SIQUEIRA