Dados do Trabalho


TÍTULO

HIDRADENITE SUPURATIVA ASSOCIADA AO DESENVOLVIMENTO DE CARCINOMA ESPINOCELULAR – RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

A hidradenite supurativa, descrita inicialmente por Verneuil em 1864. É caracterizada por um processo inflamatório crônico na pele e no tecido celular subcutâneo, envolvendo as glândulas apócrinas, com liberação de substância mucopurulenta, supurativa e com apresentação de cicatrizes inestéticas e retrativas. O processo etiológico não é totalmente elucidado, mas existem fatores predisponentes como diabetes, imunocomprometimento, fumo, obesidade e uso excessivo de trajes muito apertados. Por se tratar de uma patologia persistente e reincidente pode haver o desenvolvimento de neoplasias malignas. Este trabalho relata um caso de paciente do sexo feminino com lesão na axila direita por hidradenite supurativa grave, com quadros prévios não resolvidos, evoluindo com formação de massa endurecida com sinais de infecção associada, sendo realizada biópsia incisional, que revelou diagnóstico anatomopatológico de carcinoma espinocelular.

RELATO DE CASO

Paciente parda, do sexo feminino, de 48 anos de idade, relatando quadros de infecção recorrentes com saída de secreção purulenta e sanguinolenta em região axilar bilateralmente há mais ou menos três anos, com piora progressiva das lesões e aumento da área das lesões. Foi encaminhada para o Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW) em João Pessoa, Paraíba. Ao exame físico desta intercorrência o paciente apresentava lesões supurativas em axila direita com presença de nódulos eritematosos, cicatrizes inestéticas e retráteis, além de focos de infecção ativa, com saída de secreção purulenta. Sendo realizada biópsia incisional, que revelou diagnóstico anatomopatológico de carcinoma espinocelular. A cirurgia foi realizada no HULW, sendo submetida a ressecção da lesão. Foi então submetida a um novo processo cirúrgico, desta vez para confecção de enxerto de pele total, sendo realizado a partir de pele de região hipogástrica, evoluindo com perda parcial da área enxertada e infecção de ferida operatória axilar. Realizado desbridamento cirúrgico das áreas necrosadas e preservação de porção de enxerto viável. A paciente apresentava humor depressivo, sendo avaliada pela psiquiatra. Segue clinicamente bem, sem intercorrências, o resultado estético foi considerado bom, sendo também encaminhada para acompanhamento da cirurgia geral e psiquiatria.

DISCUSSÃO

Segundo Academia Europeia de Dermatologia e Venereologia e o Fórum Europeu de Dermatologia (diretrizes S1), o tratamento da HS deve ser conduzido de forma multifacetária visando a mudança de hábitos de vida (perda de peso, cessação do tabagismo, práticas de higiene); controle dos sintomas e prevenção de infecções oportunistas; agentes tópicos e cirurgia excisional ou laser terapia, a depender do grau de evolução da doença. Pesquisas indicam alta incidência de depressão entre pacientes com HS é apoiada por literatura substancia, havendo necessidade, portanto, de assistência à saúde mental multiprofissional para esses pacientes.

Área

CIRURGIA PLÁSTICA (Inclusive neoplasias malignas de pele)

Instituições

FACULDADE DE MEDICINA NOVA ESPERANÇA - Paraíba - Brasil

Autores

Elyakym Alvarenga Terto Vieira Ramalho, Marcela Rolim da Cruz, Geraldo Andrade Martinho Neto, Luiz Henrique Ribeiro de Moraes Ferreira, André Felipe Palmeira, Éverton Silveira Macedo, Marcelo Gonçalves Sousa