Dados do Trabalho


TÍTULO

APENDICITE AGUDA COM APRESENTAÇAO ATIPICA: RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

A apendicite aguda tem como apresentação clínica clássica um quadro de dor leve, em cólica, com duração maior que 4 a 6 horas, em região periumbilical ou epigástrica, podendo haver náuseas, vômitos, anorexia e febre baixa. Porém, em cerca de 30% dos casos, podem ocorrer apresentações atípicas, principalmente em mulheres, devido à possibilidade de afecções ginecológicas. Desta forma, torna-se interessante relatar um caso de apendicite aguda com apresentação atípica, bem como abordar o diagnóstico da dor pélvica em mulheres, importante diagnóstico diferencial da apendicite.

RELATO DE CASO

M.A.C, feminino, 33. Admitida na unidade de pronto atendimento (UPA) no Hospital Regional Antônio Dias (HRAD) em Patos de Minas no dia 01/06/18 com suspeita de endometrioma e relato de irritação peritoneal. Avaliada pela equipe de Ginecologia e Obstetrícia, paciente relatou que há 16 dias iniciou quadro de dor em baixo ventre, à direita, de forte intensidade, em peso, sem irradiação, sem fatores de piora e melhora com medicação prescrita em UPA. Referiu corrimento pruriginoso e sem odor. Relatou diurese escurecida. Foi solicitada ultrassonografia transvaginal (USTV) que evidenciou imagens císticas heterogêneas ovarianas que podiam corresponder à endometriomas. Ao exame físico, paciente em bom estado geral, hipocorada, hidratada, eupneica, afebril. Abdome globoso, distendido, sem sinais de peritonite e indolor à palpação. Ao toque vaginal, colo grosso, posterior, fechado, indolor à mobilização de colo e anexos. Foi solicitado segundo USTV que revelou útero em anteroflexão; ovário direito multifolicular. Observou-se massa pélvica volumosa em localização retrouterina e anexial esquerda de conteúdo heterogêneo, medindo 9,7x7x7,3 cm³ e volume de 252cm³. Exame laboratorial: hemoglobina: 7,3g/dl; hematócrito:24,6%, Leucócitos: 18.100 /mm³; Bastonetes: 1%; Plaquetas: 651000. Optou-se por realizar laparotomia exploradora (via incisão de pfannenstiel), observando a presença de apendicite aguda em fase IV, com ponta firmemente aderida à região posterior do útero. Foi realizada apendicectomia com bolsa cecal; toalete exaustiva. Notou-se dreno sentinela. Laparorrafia por planos. Prescrito Ceftriaxona e Metronidazol. Após melhora do quadro houve retirada da SNG e alta hospitalar.

DISCUSSÃO

Apesar da apendicite aguda ser uma afecção com tratamento bem definido, uma das dificuldades enfrentadas em sua resolução consiste no diagnóstico precoce. Observa-se que este é essencialmente clínico, sendo que a realização de exames de imagem complementares tem como objetivo ressaltar o diagnóstico e não deve adiar a intervenção cirúrgica. Em mulheres o diagnóstico é mais difícil, devido à possibilidade de doenças ginecológicas. A apendicite continua sendo um problema médico de grande importância e de elevada prevalência, necessitando de atenção em relação aos diagnósticos diferenciais, a fim de realizar diagnóstico e tratamento precoces, diminuindo consideravelmente as taxas de complicações.

Área

URGÊNCIAS NÃO TRAUMÁTICAS

Instituições

Centro Universitário de Patos de Minas - UNIPAM - Minas Gerais - Brasil

Autores

Victor Reis Santos, Rafaela Diniz Perpétuo, Larissa Viana Valadares, Mariana Pontes Neves, Karem Yapuck Pereira de Almeida, Edson Antonacci Júnior