TÍTULO

MUCOCELE GIGANTE DE APENDICE CECAL – RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

A mucocele de apêndice cecal consiste em dilatação do apêndice devido a secreção mucoide acumulada. Abrange de 0,2 a 0,4% de todas as apendicectomias realizadas e é mais observada no sexo feminino. Ocorre com mais frequência na sexta década de vida e é assintomática em cerca de 25% dos casos, sendo, em grande parte, um achado incidental. O tratamento é cirúrgico, sendo a apendicectomia realizada na maior parte dos casos, e em alguns, a hemicolectomia direita. O objetivo deste trabalho foi relatar uma mucocele gigante do apêndice, em um paciente do sexo masculino, tratada com sucesso em hospital privado de Belo Horizonte em Minas Gerais.

RELATO DE CASO

G.S.P.C., 54 anos, masculino, submetido há dois anos à colecistectomia videolaparoscópica devido à colelitíase. Durante o procedimento, foi notada dilatação importante do apêndice cecal, não sendo realizado apendicectomia concomitantemente, uma vez que o paciente não apresentava sintomas. Posteriormente, realizou extensão de propedêutica com ultrassonografia de abdome total em 26/10/2017 evidenciando imagem anecoica, de conteúdo heterogêneo na fossa ilíaca direita de 14 cm de comprimento longitudinal. Complementou propedêutica com ressonância magnética de abdome e pelve em 26/12/2017 que confirmou uma formação cística e alongada com origem no ceco, de calibre de 3,7 cm, com extensão para pelve, sugestiva de mucocele de apêndice. Colonoscopia sem alterações. Submetido em 04/07/2018 à videolaparoscopia, sendo evidenciado volumoso apêndice cecal, sem acometimento de base de ceco. Em virtude do tamanho da lesão, optou-se por exteriorização da mesma e realizado apendicectomia e ressecção de base de ceco, com auxílio de grampeador linear cortante. Evoluiu clinicamente estável, recebendo alta no 1° dia pós-operatório. Estudo anatomopatológico do dia 06/07/2018 confirmou neoplasia mucinosa apendicular de baixo grau. Atualmente, o paciente está em acompanhamento ambulatorial sem sinais de recidiva da doença.

DISCUSSÃO

A mucocele de apêndice pode ser classificada em quatro tipos histológicos: cisto mucinoso de retenção, mucocele hiperplásica, cistoadenoma mucinoso e cistoadenocarcinoma mucinoso e pode ser diagnosticada ocasionalmente através de exames de imagem como ultrassonografia, tomografia e ressonância ou outro durante a realização de procedimentos cirúrgicos, como no caso acima. As complicações que podem ocorrer devido a mucocele incluem sangramentos, obstrução intestinal e melena. A pior complicação da doença é o pseudomixoma peritoneal que consiste na disseminação de epitélio mucinoso quando ocorre ruptura do apêndice. O tratamento da mucocele de apêndice é cirúrgico, podendo ser utilizados laparoscopia ou laparotomia exploradora, dependendo da experiência do cirurgião. Em contrapartida com a literatura, o paciente era do sexo masculino, porém se enquadrava na faixa etária, e com ausência de sintomatologia, descritos na literatura. Felizmente, o mesmo foi abordado de maneira eficaz, contribuindo para o sucesso do tratamento.