Dados do Trabalho


TÍTULO

COLEDOCOLITIASE EM PACIENTE COM CIRURGIA BARIATRICA – QUAL A MELHOR ABORDAGEM?

OBJETIVO

A obesidade é um problema crescente em nosso país, diante disso, o número de cirurgias bariátricas vem crescendo concomitantemente. A rápida perda de peso nesses pacientes ocasiona um aumento na incidência de colelitíase e coledocolitíase e com a alteração anatômica causada pela cirurgia, o acesso endoscópico tradicional se torna um verdadeiro desafio. Esse trabalho irá enfocar nas evidências atuais acerca da terapêutica da coledocolítiase em pacientes submetidos a cirurgia para redução de peso.

MÉTODO

Revisão bibliográfica nas bases de dados Pubmed e Medline com os temas "coledocolitíase" e "cirurgia bariátrica". Após análise inicial, foi realizada uma revisão dos artigos com ênfase na terapêutica da patologia abordada.

RESULTADOS

Estima-se que 3,6% dos pacientes apresentem complicações biliares, sendo cerca de 28,9% colelitíase e 5,7% coledocolitíase. O tratamento endoscópico para litíase de vias biliares já é bem estabelecido, porém, com a alteração anatômica causada pela técnica cirúrgica, a coledocolitíase tornou-se um desafio. Não há uma rotina de rastreio para tais complicações, não havendo consenso acerca do melhor método para a abordagem da coledocolitíase pós bariátrica. Duas técnicas cirúrgicas são propostas: colangiopancreatografia retrograda endoscópica (CPRE) transgástrica assistida por videolaparoscopia (VLP) e coledocoduodenostomia laparoscópica. A primeira consiste em realizar o acesso transgástrico por VLP, introduzir o endoscópico e posteriormente cateterizar a papila maior. Um estudo de Frederiksen et al. apontou 100% de sucesso na realização da cateterização com 29 pacientes, porém atentou para o elevado índice de complicações. Em outro trabalho, Falcão et al. demonstrou sucesso no tratamento de 23 pacientes, com complicação em apenas um caso. Uma variação dessa técnica consiste em realizar uma gastrostomia de Janeway, em caráter temporário, para o acesso da arvore biliar. Já o segundo procedimento baseia-se na realização da coledocotomia com introdução do endoscópio e visualização direta da via biliar, seguida de retirada dos cálculos e posterior confecção de anastomose bilio-digestiva com a porção do duodeno mais próxima do colédoco. Um estudo recente realizado por Ali et al.mostrou que com tempo adequado e um operador experiente, o uso da enteroscopia em espiral possui uma taxa de sucesso de 86%. Dois trabalhos propuseram a realização de colangiografia transhepática percutânea, sendo a retirada de cálculos bem sucedida em um relato feito por Milella et al. Ademais, uma revisão recente comparando estudos que realizaram as técnicas descritas acima, mostrou que tanto a endoscopia em espiral quanto os procedimentos assistidos por VLP são seguros, com alta taxa de sucesso.

CONCLUSÕES

O tratamento da litíase nas vias biliares em pacientes submetidos a cirurgia de redução de peso representa um verdadeiro obstáculo a ser enfrentado. A literatura ainda necessita de estudos para definição de uma técnica padrão-ouro.

Área

CIRURGIA DA OBESIDADE - METABÓLICA

Instituições

Universidade Federal de Pelotas - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

Kevin Verdin Phillips, Fernanda Coutinho Kubaski, João Gabriel de Mello Ramos, Marcelo de Figueiredo