Dados do Trabalho


TÍTULO

CRESCIMENTO EXPONENCIAL DAS CIRURGIAS BARIATRICAS – ANOS 2008 E 2017

OBJETIVO

A presente pesquisa tem como escopo analisar o crescimento exponencial (215%) de cirurgias bariátricas realizadas nos anos de 2008 e 2017 no Brasil – no serviço público – e se existe, de fato, relação com as resoluções e alterações realizadas pelo Conselho Federal de Medicina, que estabelecem as normas seguras para o tratamento cirúrgico de obesidade mórbida, assim como se há consequências sociais causadas pelo aumento do número de procedimentos.

MÉTODO

Analisou-se dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), do DATASUS e do Sistema de Informações Hospitalares, bem como as retificações feitas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) desde o ano de 2005.

RESULTADOS

Em 2005, O CFM publicou pela primeira vez a resolução de nº 1.766/05 que “estabelece normas seguras para o tratamento cirúrgico da obesidade mórbida, definindo indicações, procedimentos aceitos e equipe”. Esta foi a primeira a estabelecer as indicações gerais para os pacientes, tais como: pacientes com Índice de Massa Corpórea (IMC) acima de 40kg/ m2; pacientes com IMC maior que 35 kg/ m2 e comorbidades que ameacem a vida; maiores de 18 anos; obesidade estável há pelo menos cinco anos, entre outros. E, desde 2005, a resolução de nº 1.766/05, teve duas alterações, sendo uma em 2010 e outra em 2015, em que as indicações gerais se tornaram cada vez mais inclusivas com os pacientes, abrangendo mais comorbidades associadas. Em 2008 foram 3.195 procedimentos realizados. Em 2017, foram 10.064. Sabe-se que os hábitos de vida da população brasileira têm mudado, repercutindo de forma significativa na qualidade da saúde. Existem estudos que defendem essa facilitação legal, uma vez que esse procedimento resolve, além da obesidade, comorbidades associadas que o paciente venha a ter. Contudo, diante de tratamentos alternativos viáveis para essas condições, a escolha pela cirurgia bariátrica, na maioria dos casos, é vista como uma opção por conta do desconforto e da insatisfação do paciente com seu corpo. Decorrente disso, o procedimento tem como consequência uma questão de saúde coletiva, uma vez que o paciente necessita de acompanhamento por uma equipe especializada para orientá-lo a reconstruir sua vida de forma plena por conta das limitações após a cirurgia. Além do mais, o paciente pode ainda continuar a conviver com as razões que o levaram a obesidade e suas consequências.

CONCLUSÕES

O crescimento exponencial do número de operações realizadas ao longo desses nove anos, associado às alterações das resoluções feitas pelo CFM, indicam que estas estão cada vez mais inclusivas para os pacientes e podem explicar, mesmo que minimamente, uma das razões desse fenômeno. A cirurgia bariátrica é uma operação que trata, além da obesidade mórbida, diversas comorbidades, logo, alguns estudos defendem a facilitação legal. No entanto, outros estudos evidenciam consequências na vida pessoal dos indivíduos que devem ser devidamente esclarecidas de forma a não comprometer o livre arbítrio dos pacientes.

Área

CIRURGIA DA OBESIDADE - METABÓLICA

Instituições

UNICEUMA - Maranhão - Brasil

Autores

Carlos Brandão Feitosa Nina, Suzane Katy Rocha Oliveira, José Guilherme Belchior Costa, João Marcelo Garcez Alves, Lorayne Lino Sousa, Marcelle Sakamoto Travassos, Willian Vale de Holanda