Dados do Trabalho
TÍTULO
TUMOR FIBROSO SOLITARIO DE PLEURA– RELATO DE CASO
INTRODUÇÃO
O tumor fibroso solitário(TFS), trata-se de uma neoplasia de origem mesenquimal fibroblástica, é neoplasia rara, com incidência aproximada de 2,8 casos por 100.000, correspondendo a 5% de todas as neoplasias pleurais. Sua incidência é igual entre homens e mulheres, e o pico acontece da 5ª à 8ª década. Suas manifestações clínicas inespecíficas tornam os métodos de imagem essenciais ao seu diagnóstico. A biópsia guiada por tomografia computadorizada pode auxiliar a definir o diagnóstico. O tratamento definitivo é cirúrgico. Relatamos o caso de um paciente com tumor fibroso solitário descoberto ao acaso em investigação de anemia.
RELATO DE CASO
Paciente do sexo feminino, 72 anos, com história de AVCh há 3 anos e com HAS controlada, iniciou com quadro de astenia e dispneia. Procurou o serviço de emergência depois de um mês do início dos sintomas pois não conseguia mais caminhar devido a fraqueza. Exames de sangue demonstraram presença de anemia, a qual após investigação da causa foi descoberto a existência de massa pulmonar. Negou perda de peso, tabagismo e etilismo. Relatou perda do apetite. Internou no serviço de cirurgia torácica para maior investigação do nódulo. Na radiografia de tórax foi evidenciada lesão expansiva na metade inferior e lateral de hemitórax esquerdo. Em seguida, realizou-se tomografia de tórax com presença de massa de 8,1 x 8,0 x 5,5 cm em segmento superior do lobo inferior esquerdo com mínimo grau de extensão transcissural para lobo superior esquerdo, com amplo contato com a superfície pleural. Realizada biópsia guiada por tomografia, cujo diagnóstico anatomopatológio e imuno-histoquímico foi de tumor fibroso solitário. O paciente foi então submetido à toracotomia esquerda, com ressecção da massa pleural associada à ressecção em cunha de parte do lobo inferior esquerdo, devido ao íntimo contato com o parênquima pulmonar. Não apresentou complicações no pós-operatório. Analise anatomopatológica e imuno-histoquímica da lesão confirmaram tumor fibroso solitário.
DISCUSSÃO
As manifestações clínicas do tumor fibroso solitário são inespecíficas, como neste caso em que foi investigado quadro de anemia. Os métodos de imagem são fundamentais ao diagnóstico. A tomografia de tórax auxilia na definição do plano cirúrgico e correlação com estruturas vizinhas. O diagnóstico do TFS é obtido por meio de característica histopatológicas e imunofenotípicas. A maior parte dos TFS são benignos, 10% a 20% podem exibir comportamento maligno. A exérese completa permite melhor avaliação histológica, bem como avaliação de malignidade. O tratamento de escolha para o TFS é a ressecção cirúrgica com margens de segurança, sendo este o fator de melhor prognóstico. Não há na literatura estudos consistentes quanto indicação ou benefício de tratamento quimioterápico e/ou radioterápico adjuvantes. Após a abordagem cirúrgica, faz-se necessário o acompanhamento periódico destes pacientes pelo risco de recidiva local e metástases a distância.
Área
CIRURGIA TORÁCICA
Instituições
Universidade federal de Santa Maria - Rio Grande do Sul - Brasil
Autores
Lucas Berwanger Simon, Leonardo Priori , Edson Brambate, Nelson Perelman Rosenberg, João Victor Guimarães Almeida