Dados do Trabalho
TÍTULO
RELATO DE CASO: ANEURISMA DE AORTA ABDOMINAL
INTRODUÇÃO
Aneurisma de aorta é definido como dilatação do diâmetro da aorta maior que 50% do diâmetro original. Localiza-se em até 80% na aorta abdominal, sendo a maior incidência em indivíduos do sexo masculino, brancos, idosos e tabagistas. O principal risco relacionado aos aneurismas é a ruptura, evento com letalidade de 74%, cuja tríade é massa abdominal pulsátil, dor abdominal e hipotensão. O tratamento clínico se dá na redução do risco cardiovascular enquanto o intervencionista é pautado em cirurgia aberta ou reparo endovascular (REVA), empregados a depender das características do aneurisma, disponibilidade do serviço e experiência da equipe.
RELATO DE CASO
AMS 65 anos, sexo masculino, hipertenso, portador de DPOC e com diagnóstico de aneurisma da aorta abdominal (AAA) de 5,0 cm assintomático em acompanhamento há 03 anos. Após queda da própria altura apresentou dor abdominal súbita e intensa, associada a mal estar e massa abdominal pulsátil. Em pronto-socorro apresentava-se com PA:90X70 mmHg, FR:23 irpm, FC:121 bpm, dor à palpação abdominal, sinais de irritação peritoneal e massa abdominal pulsátil. Realizada angioTC que evidenciou aorta ectasiada, tortuosa com ateromatose e espessamento miointimal, apresentando dilatação aneurismática de aspecto fusiforme desde o segmento descendente da aorta torácica até a porção distal da aorta abdominal, com diâmetro máximo variando entre 5,5cm e 6,0cm, notando-se trombose mural no segmento infra-renal da aorta abdominal. Paciente submetido à correção de aneurisma com enxerto aorto-aórtico com prótese Dacron 20 mm. Em pós operário permaneceu em UTI por 7 dias devido a descompensação do quadro respiratório e evoluiu de modo satisfatório, recebendo alta em bom estado geral.
DISCUSSÃO
O AAA roto é uma emergência cirúrgica, devendo ter diagnóstico precoce e reparo imediato. A mortalidade dessa condição aumenta a cada hora em que a terapêutica adequada é postergada, chegando a 80% em 24 horas. A tríade clínica clássica da AAA apresentada pelo nosso paciente mais o exame padrão ouro para diagnóstico que é a AngioTC, guiaram o diagnóstico do nosso caso. O exame é útil para demonstrar a localização, tamanho, tortuosidade, trajeto, relação com órgãos adjacentes, sinais de ruptura e hemorragia retroperitoneal. O tratamento do AAA roto pode ser feito tanto por cirurgia aberta quanto por REVA, de modo que em ambos não há diferença na mortalidade a longo prazo. A morbidade é maior na cirurgia aberta, principalmente em relação às complicações respiratórias e maior tempo de internação, como foi descrito no relato acima. Diante do exposto, nota-se a gravidade de um quadro de AAA roto e a necessidade de um diagnóstico precoce para que o tratamento também assim o seja, visando um desfecho favorável.
Área
CIRURGIA VASCULAR
Instituições
Pontifícia Universidade Católica de Goiás - Goiás - Brasil
Autores
Camila Pires Marinho, Ana Flávia Zanelli de Almeida, Rafaella Oliveira Curti, Andrielle Nunes Santos, Isabela Morais Borges, Manuelle Quixabeira Freire, Phellipe Gonçalves Pimentel, Daissuke Kajita