Dados do Trabalho
TÍTULO
ATRESIA DE ESÔFAGO COM FÍSTULA TRAQUEOESOFÁGICA DISTAL: CORREÇÃO CIRÚRGICA
INTRODUÇÃO
A atresia esofágica (AE) e a fístula traqueoesofágica (FTE) são malformações que decorrem da separação defeituosa do esôfago e da traqueia, que ocorre entre a 5ª e 7ª semana de gestação. Essa patologia é causada pela formação incompleta do esôfago tubular, associado ou não à comunicação com a traqueia. É caracterizada por um quadro clínico particular, no qual o recém-nascido (RN) apresenta dificuldades ao deglutir, eliminação de secreção abundante e aerada derivada do acúmulo de saliva no fundo cego esofágico e crises de cianose intermitentes, principalmente após a mamada. Segundo a classificação de Gross, existem 5 tipos de AE/FTE: atresia pura (A), fístula proximal com atresia distal (B), atresia proximal com fístula distal (C), fístula proximal e distal (D), fístula traqueoesofágica sem atresia esofágica e fístula tipo H (E).
RELATO DE CASO
RN H.G.A.S., masculino, sem complicações gestacionais, nasceu no município de Anápolis-GO de parto cesáreo com idade gestacional de 39 semanas, 2930g, 48cm e APGAR de 9 no 1º minuto e 10 no 5º minuto. Iniciou a amamentação após o parto, seguida de eliminação do leite materno com secreção espumosa e translucida. Devido à não aceitação da dieta pelo RN houve a tentativa malsucedidada passagem de sonda nasogástrica para drenagem. O RN foi submetido ao exame físico com suspeita de AE, o qual caracterizou-se por regular estado geral, reatividade aos estímulos, hidratado, cianótico, anictérico, 2 bulhas cardíacas rítmicas e normofonéticas, murmúrio vesicular rude e estertores crepitantes em ápice do hemitórax direito. Realizou radiografia de tórax e Ecocardiograma, confirmando o diagnóstico de atresia proximal com fístula distal (tipo C) e fora encaminhado para o pré-operatório. Houve a ligadura da fístula e a dissecção do coto esofágico proximal durante a cirurgia. Em seguida, foi realizada a técnica de anastomose do coto esofágico por plano único, término-terminal. O pós-operatório evoluiu com estabilidade. O paciente progride com melhora do quadro e sem complicações pós operatórias.
DISCUSSÃO
A suspeita de AE no período pré-natal acontece a partir de sinais clínicos como o polidrâmnio e uma bolha gástrica pequena ou ausente que podem ser observados como parte do rastreamento pré-natal. Porém, esse achado aparece com mais frequência na atresia sem fístula, o que pode explicar porque o paciente não foi diagnosticado intra-útero. A literatura preconiza a passagem de sonda nasogástrica logo após o nascimento a fim de testar a permeabilidade da luz esofágica e de se observar a aspiração de resíduo gástrico, já que, caso não se obtenham estes resultados, é possível pressupor a existência de obstrução. Evidencia-se que os avanços do tratamento permitiram uma redução drástica na mortalidade em casos de AE, havendo sobrevida aproximada de 95%. A criança portadora de AE tem alta possibilidade de cura associada a uma boa qualidade de vida, porém, ainda é uma afecção fatal se não for diagnosticada precocemente.
Área
ESÔFAGO
Instituições
UniEvangélica - Goiás - Brasil
Autores
Yago José Fagundes Freitas, Naiza Murielly Pereira Borges, José Elias Rodrigues Souza Scaff, Rafael Somma Araújo, Nathália Carvalho Moreira, Kaio César Martins Silva, Olegário Indemburgo da Silva Rocha Vidal, Guilherme Nassif Corrêa